Falamos de Anomalisa, um filme de animação para adultos, nomeado para os Oscars, que entra na corrida à estatueta dourada já premiado no Festival de Veneza.
Primeira longa-metragem de animação de Charles Kaufman (O Despertar da Mente, Quem Quer Ser John Malkovich?), Anomalisa, “o filme mais humano do ano”, centra-se nos “bonecos” Michael Stone e Lisa Hesselman, mas os verdadeiros “heróis” são de carne e osso: a equipa que tornou possível que, muitas vezers depois de 10 horas de trabalho, se conseguissem aproveitar…. dois segundos e meio de filmagem.
À CNN, o supervisor de animação, Dan Driscoll falou das dificuldes de fimar em stop motion: “Tudo o que se vê no ecrã é real, nada é criado digitalmente”. E por “tudo”, entenda-se, desde o movimento de um minúsculo copo de Martini até à urina de Michael Stone, passando até por uma cena em que se vê o reflexo de Lisa nos olhos de Michael.
“Não é fácil, há mesmo alturas em que amaldiçoamos aqueles bonecos”, confessa Driscoll.
E uma dessas alturas foi, pode dizer-se, prolongada – para tornar real a cena intimista entre os protagonistas foram precisos dois meses de preparação. A animadora da cena, Kim Blanchette, passou esse tempo só a tentar perceber como se moviam os lençois e que peso deveriam exercer os bonecos no colchão da mini-cama. Junte-se a este período mais três ou quatro meses de filmagem. “Havia dias em que se conseguia apenas 12 frames”.