O truque de alguns bolos, dizem grandes pasteleiros, não está no açúcar que todos sabemos que se deve usar em fartura, mas na pitada de sal que se acrescenta à massa e bnos surpreende. Para rir é preciso chorar. E O amor é o melhor remédio, de Edward Zwick, é uma comédia romântica temperada com uma boa pitada de tragédia. O espetador não sabe se há de rir ou se há de chorar, e o mais certo é sair da sala com um sorriso nos lábios e um nó na garganta. E talvez com vontade de experimentar drogas novas.
Isto porque se juntam duas personagens de ambientes opostos. Jale Gyllenhaal, por vezes muito irritante, é um delegado de propopaganda médica, cujo inacreditável sucesso com as mulheres serve de pretexto para um bom par de risadas. Anne Hataway é uma vítima de Parkinson precoce (ao longo do filme não passa de um estado muito inicial para não ferir suscetibilidades), que recusa o amor, mas embarca loucamente em aventuras (tal como Jamie, a persionagem de Jake). Claro que se apaixonam um pelo outro até ao final relativamente feliz. Relativamente porque não se descobre a cura para o Parkisson, apenas para os ‘corações vagabundos’.
Funcionaria melhor, não fosse o abuso de lugares comuns, mas a trama agridoce passa. Mas o que o filme tem de verdadeiramnte bom é a banda sonora, com Spin Doctors, Fatboy Slim, Regina Spektor, entre outros.