Não se pode tirar o filme do seu contexto. As viagens de Gulliver é uma aventura 3D construída a pensar num público adolescente, com todos os vícios e virtudes do cinema americano do género. A começar pela personagem bruta do próprio Gulliver, Jack Black, que faz de rapaz do correio num grupo de media em Manhattan. E, claro está, é um falhado. Mas depois emerge aquela ideia do sonho amaericano, de que o rapaz do correio pode tornar-se em Presidente da República, desde que lute pelo que quer.
E assim começam as aventuras deste jovem Gulliver, que vai fazer uma reportagem para uma revista de viagens, e acaba perdido no Triângulo das Bermudas. Enfim, a história de Swift já se conhece, mas faz parte do humor deste filme uma certa ideia de superioridade cultural americana, o mito da americanização do mundo, através dos broncos e não por exemplos de alta cultura. Algumas referências, como Kiss, de Prince, alargam o espetro a um público mais velho. E parece um filme da era Bush, que faz dos Comics, Gadgets e Videogames formas superiores de entretenimento ou até mesmo uma ideologi.