cinema plympton
É verdade que, na adolescência enviou uma carta para a Disney, porque queria trabalhar com eles?
Fui rejeitado porque era demasiado novo, tinha 14 ou 15 anos. Trinta anos mais tarde telefonaram-me porque queriam que eu fizesse uma animação, por um milhão de dólares. Mas eu recusei. Nessa altura estava a fazer os meus próprios filmes e a ganhar dinheiro com isso. Não precisava de trabalhar para outros. Mas fui muito influenciado pela Disney. Para mim era Deus. A Disney e as revistas do Pato Donald levaram-me a querer trabalhar em animação.
Há quem pense que as animações são apenas para crianças. Mas os seus filmes são impróprios para menores…
É um dos problemas que tenho nos Estados Unidos. É por isso que os meus filmes são mais populares na Europa. Por lá pensam que as crianças são o único público para a animação. Lentamente, essa ideia está a mudar, com as novelas gráficas e séries animadas na TV.
Trabalha praticamente sozinho e faz muitos filmes. Como consegue?
Eu sou o meu próprio produtor, pelo que não tenho de me preocupara com reuniões, agentes, advogados, seguros e pessoas que mudam de ideias. Isso torna tudo mais rápido. Não é necessário um grande estúdio, nem muito dinheiro. Basta uma boa ideia e a vontade trabalhar. Um dos meus filmes, Santa the Fascist Years, demorou quatro dias a desenhar e três semanas a finalizar. É um recorde absoluto.
Os seus filmes têm uma linguagem semelhante, mas este último, The cow that wanted to be na hambúrguer, é diferente.
Há um novo ponto de partida. Quis tentar coisas diferentes. Estava a guiar pelo campo, em Oregon, e vi umas vacas a pastar, a engordarem para se tornarem em bifes. E pensei que seria uma boa ideia contar a história da vaca que sonhava em ser o hambúrguer perfeito. Não tem efeitos sonoros nem diálogos. Também estou a prepara uma nova longa-metragem, chama-se Cheaten, deve demorar ainda três ou quatro anos. É uma comédia.