Um estudo conduzido pelo Instituto de investigação de Vida Selvagem de Leibniz, em colaboração com dois centros de investigação ucranianos e publicado na revista científica Biology Letters, conclui que as novas gerações de morcegos têm maior capacidade de adaptação ao aquecimento global.
O morcego-arborícola-grande (Nyctalus noctula), a espécie mais comum de morcegos na Europa, tem vindo a alterar a sua rota migratória nos últimos anos, descobriram os investigadores, procurando latitudes mais altas, fugindo assim ao aumento das temperaturas. É nos juvenis, e sobretudo entre os machos, que essa adaptação é mais notória.
“Concluímos que o movimento para norte da área de hibernação dos morcegos ocorre ao longo de várias gerações jovens”, disse Christian Voigt, representante do Departamento da Evolução Ecológica de Leibniz. “Isto ocorre especialmente com morcegos machos, que normalmente migram para mais longe da sua naturalidade quando comparados com as fêmeas.”
Este fenómeno é possível porque o morcego-arborícola-grande tem um ritmo de reprodução relativamente alto aliado a uma esperança média de vida baixa – o que facilita a dispersão de morcegos jovens. No entanto, esta flexibilidade poderá tornar-se numa ameaça a longo prazo à hibernação e reprodução da espécie.
As alterações climáticas são uma das maiores ameaças à sobrevivência de várias espécies de animais. Ao contrário destes morcegos, a maioria da fauna em risco não tem capacidade de adaptação à velocidade com que o clima está a mudar.