Nove ursos polares que foram mortos por caçadores na Gronelândia foram examinados por uma equipa de investigadores da Universidade de Copenhaga que descobriu quantidades consideráveis do ácido perfluoroctanóico (PFAS) nos cérebros dos animais.
As alterações climáticas e a poluição que se faz sentir no Ártico está a prejudicar o comportamento e o equilíbrio hormonal dos ursos polares que pode afetar, entre outros aspetos, a capacidade de sobrevivência de um dos maiores predadores à face da Terra.
Mas, ainda não se conhecem os verdadeiros efeitos para os ursos polares na “ingestão” deste químico: “É difícil dizer se estamos longe do limite, ou se estamos muito próximos. O cérebro pode adaptar-se e compensar o estrago até um determinado ponto”, disse Bjarne Styrishave, cientista na Universidade de Copenhaga.
Os produtos químicos em causa estão a entrar no Ártico pelo ar e pelas correntes marítimas, já que o descongelamento do mar torna o Ártico muito mais acessível a humanos, quer em termos turísticos, quer em termos industriais. Os resultados indicaram que os níveis de PFAS foram mais elevados no tronco encefálico – controlo das funções vitais – e no cerebelo que é responsável pela manutenção do equilíbrio.
“Tendo em conta a importância destes sistemas nos processos cognitivos e na função motora, os presentes resultados indicam uma necessidade urgente de compreender os efeitos neuroquímicos dos PFAS na vida selvagem”, acrescentou ao Mail Online.