O regresso às aulas está no horizonte e, por esta altura, muitas famílias começam a fazer as contas aos gastos com o cabaz escolar. Com a inflação a disparar em Portugal e a taxa a atingir o valor mais alto em 30 anos – em julho, superou os 9% –, prevê-se que a mochila e o restante material custem mais 16,5%, comparado com o valor atingido em 2021.
Se pensarmos num cabaz básico, composto por lápis e esferográficas, cadernos, mochila, estojo e calculadora científica, e olhando para os artigos mais procurados dentro de cada categoria, em agosto do ano passado custava €92,12, enquanto em agosto deste ano, o mesmo cabaz tem um custo de €107,36. Estas são as contas reveladas pelo KuantoKusta, que aponta como maiores subidas os preços no estojo (+42,86%), nos cadernos A4 (+26,54%) e na mochila (+10,81%). “A variação da inflação tem uma influência direta na capacidade de as lojas acompanharem o ritmo de campanhas e promoções de anos anteriores. Por outro lado, os consumidores perderam poder de compra e têm mais interesse em comparar preços e fazer compras informadas, precisamente pela necessidade de esticar o orçamento”, explica André Duarte, diretor comercial do canal português de comparação de preços.
Habitualmente, o pico de compras de material escolar costuma ser na segunda e terceira semanas de setembro. Contudo, este ano, muitas famílias já se anteciparam, com a procura a aumentar 44,17% no início de agosto. Uma das dicas apontadas pelo KuantoKusta para um regresso às aulas mais sereno é, precisamente, comprar o cabaz escolar com antecedência, antecipando-se ao mais que provável aumento dos preços. A inflação continua a acelerar nas principais economias globais e gerir melhor o orçamento familiar torna-se obrigatório. Afinal, a remuneração bruta mensal média por trabalhador diminuiu 4,6%, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, relativos ao segundo trimestre deste ano.