André Ventura foi banido definitivamente do Twitter. A decisão surgiu depois de a conta do líder do Chega ter já sido suspensa por três vezes, ao longo do último ano, por aquela rede social (enquanto, noutra ocasião, Ventura ficou impossibilitado de publicar durante um período 12 horas). À quarta suspensão, foi de vez.
Segundo o Observador, que teve acesso à mensagem do serviço de apoio técnico do Twitter enviada a André Ventura, a rede social recorda ao utilizador que é “contra as regras promover violência, atacar ou ameaçar pessoas com base em raça, etnia, nacionalidade, casta, orientação sexual, género, identidade de género, religião, idade, deficiência ou doença grave”.
Em declarações ao mesmo jornal, André Ventura admite que não sabe qual a publicação que levou a esta decisão, mas aponta para um post onde referiu o que designou como “os riscos da imigração islâmica descontrolada” na Europa, utilizando uma imagem referente ao atentado terrorista, ocorrido em 2015, em Paris, França, contra o jornal francês satírico Charlie Hebdo – e o momento imediatamente anterior a um polícia ter sido alvejado fatalmente.
Numa primeira reação ao Observador, André Ventura – que, esta semana, se encontra em Madrid, Espanha, numa iniciativa que tem como objetivo “aprofundar laços” com o Vox de Santiago Abascal – diz que este é o sinal do “grau zero da democracia e da liberdade de expressão” e que está a ponderar recorrer para a justiça desta decisão. “Nunca pensei que um dia como este chegasse. Uma expulsão de uma rede social num país democrático”, disse ao jornal.
Antes deste episódio, a conta de André Ventura no Twitter já tinha sido suspensa por nove vezes. Numa dessas ocasiões, Ventura escreveu “se é assim que vive a III República, eu também acho que Eduardo Cabrita devia ser decapitado!”.
O líder do Chega reagia, desta forma, à decisão do então ministro da Administração Interna de suspender a aplicação da pena ao agente da PSP Manuel Morais, que tinha sido punido depois de escrever, meses antes, na sua página pessoal do Facebook, “decapitem estes racistas nauseabundos que não merecem a água que bebem”, numa referência ao partido de André Ventura.