A pandemia e o teletrabalho trouxeram ventos de mudança na hora de escolher o local para morar mas as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto continuam imbatíveis na concentração de número de casas vendidas. Dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) dão conta que estas duas regiões concentram 60% do total de transações imobiliárias concretizadas entre Julho e setembro deste ano.
Assim, no 3º trimestre de 2021, transacionaram-se 18 250 habitações na Área Metropolitana de Lisboa e 15 994 na região Norte. “Estas duas regiões, no seu conjunto, representaram 60,6% do total das transações”, diz o INE, salientando que ainda assim esta foi a mais baixa percentagem observada desde o 4º trimestre de 2013.
A par do Norte, onde se observou uma redução de 1,3 pontos percentuais (p.p.) em termos de quota regional quando comparada com o trimestre homólogo, o Centro foi a outra região a apresentar um decréscimo no respetivo peso relativo, -0,8 p.p., representando 20,5% do total das transações. No Algarve contabilizaram-se 4 623 transações, ou seja, 8,2% do total, traduzindo-se num aumento de 0,9 p.p. face ao período homólogo. O Alentejo e a Região Autónoma dos Açores, com 4 067 e 879 transações, respetivamente, aumentaram as respetivas quotas regionais em 0,1 p.p., para 7,2% e 1,6%.
Entre julho e setembro de 2021, o valor das habitações transacionadas na Área Metropolitana de Lisboa fixou-se nos 4,2 mil milhões de euros, 44,6% do total, traduzindo-se num acréscimo homólogo de 1,2 p.p.. No Norte e no Centro as habitações transacionadas somaram 2,2 mil milhões de euros e 1,2 mil milhões de euros, respetivamente, aos quais corresponderam pesos relativos de 23,4% e 13,0%, pela mesma ordem.
Casas aumentam cerca de 10%
No período em análise verificou-se ainda que o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 9,9% em termos homólogos, mais 3,3 pontos percentuais que no trimestre anterior. “O aumento dos preços foi mais expressivo nas habitações existentes (9,9%) por comparação com as habitações novas (9,5%)”, acentua-se no relatório.
Em relação ao trimestre anterior, o IPHab cresceu 3,6% (2,2% no 2º trimestre de 2021). Relativamente às habitações existentes, a taxa de variação fixou-se em 3,9%, 1,4 p.p. acima do aumento observado nas habiações novas (2,5%).
Entre julho e setembro de 2021 foram transacionadas um total de 56 464 habitações, o que representa um aumento de 25,1% relativamente a idêntico período de 2020.
No trimestre em análise, registaram-se taxas de variação semelhantes ao longo dos diferentes meses, 26,8%, 24,5% e 23,9%, respetivamente, em julho, agosto e setembro. O valor das habitações transacionadas no trimestre de referência ascendeu a 9,4 mil milhões de euros, mais 38,7% que no 3º trimestre de 2020.
Do total das transações, 47 878 corresponderam a habitações existentes, o que representa um aumento de 27,3% em termos homólogos. Nas habitações novas o aumento do número de transações foi menos intenso, 14,2%, perfazendo um total de 8 586 unidades.