Durante os últimos dias, a Alemanha tem assistido a um grande aumento do número de casos diários de infeção. O maior foco deste novo surto registou-se no matadouro e fábrica de carne Tönnies, em Gütersloh, onde mais de 1 300 trabalhadores ficaram infetados. Cerca de sete mil pessoas estão de quarentena.
Hubertus Heil, Ministro do Trabalho do governo de Angela Merkel, refere que a cidade só foi contaminada porque houve uma falha da empresa, que não soube proteger os funcionários. O ministro acrescentou que a confiança na empresa é “precisamente zero” e que esta situação não coloca em risco apenas os trabalhadores da empresa, mas também a saúde pública.
As autoridades de saúde alemãs acusaram a fábrica de violar as regras de distanciamento recomendadas, que ajudam a diminuir a propagação do vírus. A empresa também se mostrou reticente em partilhar os dados dos trabalhadores, prejudicando o rastreamento dos contaminados e das suas cadeias de transmissão. A Tönnies garante que os atrasos na entrega dos dados pessoais se devem às leis estritas da Alemanha de proteção de dados.
Durante o fim de semana passado, no entanto, Clemens Tönnies, CEO da empresa, pediu desculpas e assumiu a “total responsabilidade” pelo ocorrido.
“[Clemens Tönnies] deveria pagar pelos custos resultantes deste surto do seu próprio bolso, se realmente leva a sério o seu pedido de desculpas”, respondeu Anton Hofreiter, o líder parlamentar dos Verdes.
A cidade de Gütersloh, entretanto, voltou a entrar em confinamento. A medida foi anunciada hoje, 23, e deverá manter-se até ao final do mês.
A Alemanha tem agora 191 119 casos diagnosticados e conta com 8 969 mortes, segundo o site World Ometers.