O desafio de utilizar a inovação como motor transformador da sociedade foi lançado à comunidade mundial de empreendedores em outubro. E a resposta não se fez esperar: durante o período de inscrições, o Big Impact recebeu mais de 225 projetos provenientes de 5 países. Num processo de seleção liderado pela imatch (a empresa que organiza o Big Impact) que demorou quatro semanas, foram escolhidas, pelos promotores e pela Visão, 15 equipas – cinco para cada desafio proposto. Esta etapa da competição culminou com a convocatória da short list para um hackathon de 48 horas que começou, em Cascais, na quarta-feira e terminou hoje com o apuramento das equipas (uma por projeto) que têm, a partir de agora, um período de nove meses para criar um piloto funcional. Em setembro, vão ser conhecidos os vencedores de mais uma edição do Big Impact.
48 horas a afinar ideias
A DNA.Cascais é uma incubadora onde germinam projetos e é palco habitual para vários eventos relacionados com empreendedorismo. Voltou a sê-lo para o Hackathon do Big Impact – no qual se passa da ideia, do conceito… ao projeto. Dois dias utilizados pelas equipas para afinarem estratégias. Este sprint de inovação, o hackathon, permitiu desenhar soluções à medida dos desafios colocados pela Vodafone, pela Câmara Municipal de Cascais e pela VISÃO. Em 48 horas (com os participantes a dormir no local onde nem faltou o shampoo em pó), as 15 equipas tiveram acesso permanente a mentores e a workshops que as ajudaram a definir melhor a abordagem aos três pilares definidos: fortalecer o poder de decisão da sociedade civil tornando-a mais informada; impulsionar estratégias que impulsionem a economia circular; tornar a cidade mais inclusiva e digital. No final de um intenso brainstorming, as equipas a concurso fizeram uma apresentação (o pitch) e submeteram-se às perguntas dos jurados.
Raios X aos finalistas
O desafio colocado pela VISÃO foi atribuído à Lilheads. A startup composta por elementos de várias nacionalidades é especialista em criar experiências interativas que utilizam tecnologias de Inteligência Artificial. A criação de bots e de estratégias de gamificação fazem parte do piloto que vai estar pronto em setembro.
O tema da economia circular, da Câmara de Cascais, foi conquistado pela startup portuguesa, Spawnfoam. Os investigadores criaram um material biodegradável que vai ser utilizado no lugar do plástico em projetos de reflorestação. Este vaso amigo do ambiente acaba por fornecer nutrientes à planta que abriga e, com o tempo, dissolve-se no terreno. Processo que permite, dizem os responsáveis da startup, melhorar a taxa de sobrevivência das árvores.
Finalmente, o desafio proposto pela Vodafone ficou a cargo da Sens’bility. Uma startup portuguesa que já tem o protótipo de um dispositivo que permite enviar pedidos de ajuda em situações de emergência por pessoas que sejam cegas e surdas.
Causar impacto
Criado em 2013, esta competição de empreendedorismo tem sofrido algumas mutações. Começou por estar focada no desenvolvimento de soluções tecnológicas para melhorar a vida nas cidades para, nesta edição, escalar a um nível mais global e ambicionar a promoção da mudança em áreas mais vastas da sociedade. A Vodafone, o promotor que está na génese da competição, abraçou o pilar da promoção de uma sociedade mais inclusiva e digital. Algo que alinha com o desígnio global do operador em mudar a vida a mil milhões de pessoas.
A Câmara Municipal de Cascais, o município de referência em Portugal em temas como cidades digitais e transformação digital, quer estimular a implementação de soluções que promovam a economia circular. Estratégia que casa com a necessidade de tornar o município mais sustentável com a reintrodução de, por exemplo, bens que podem encontrar nova utilidade nas mãos de outras pessoas.
Finalmente, a VISÃO foi desafiada pelos dois promotores a apresentar um desafio à comunidade de empreendedores. A escolha recaiu no estudo de uma solução que permita uma segmentação inteligente de audiências às quais é possível servir informação à medida dos interesses dos diferentes públicos. Em última análise, contribuir para informar melhor uma sociedade civil tornando-a mais participativa e esclarecida.
Em sete anos de vida, o agora chamado Big Impact, já recebeu mais de 1200 candidaturas provenientes de 15 países. A competição teve 120 finalistas, 27 vencedores e distribuiu 150 mil euros em prémios monetários. As startups que entraram neste concurso de inovação já angariaram mais de 5 milhões de euros de investimento.
Quais são os prémios?
O Big Pilot Award, o grande vencedor da competição, ganha cinco mil euros, que devem ser investidos no desenvolvimento do piloto. Esta equipa também tem acesso a um plano de acompanhamento que conta com a presença de mentores das mais diversas áreas que ajudam à elaboração do projeto; e com a apoio da Vodafone, para o desenvolvimento tecnológico, com a Câmara de Cascais, para o teste em ambiente real da solução. O Big Boost Award representa um prémio de 2500 euros e a possibilidade de apresentar uma demonstração da solução no Demo Day – dia em que os finalistas vão revelar os seus produtos. Esta equipa também tem acesso a um período de incubação de 12 meses no Vodafone Power Lab e no DNA Cascais. Pode ficar a saber tudo em bigimpact.pt.