O bebé que nasceu no Hospital Amadora-Sintra, depois de a mãe ter sido encaminhada do Algarve, acabou por morrer. Mas não imediatamente a seguir ao parto, como tem sido divulgado. A Visão sabe que a menina, que nasceu com um quilo e meio – um peso apenas ligeiramente inferior ao esperado para a idade gestacional de 32 semanas –, se manteve estável até à segunda-feira de manhã, mais de 48 horas após o parto. Nesta altura o seu estado clínico complicou-se e a menina acabou por falecer.
A história começou na sexta-feira à noite, quando uma situação de pré-eclampsia foi detetada à gestante de 23 anos. Como na região do Algarve não havia incubadoras disponíveis nem forma de assegurar cuidados intensivos neonatais, a grávida foi encaminhada de ambulância para o Hospital Fernando da Fonseca, na região da Amadora. O internamento aconteceu às dez da noite e o parto ocorreu no sábado às nove da manhã, através de uma cesariana de urgência. A pré-eclampsia é uma situação muito grave, traduzindo-se em tensão alta, que pode levar à morte quer da mãe, quer do bebé.
Devido ao agravamento do estado clínico de mãe e filha foi feita uma cesariana de urgência. No momento do nascimento, a menina estava sem batimentos cardíacos, em morte aparente, uma complicação da asfixia a que terá sido sujeita in utero. Aos cinco minutos de vida continuava sem batimentos e só depois de ter sido reanimada, aos dez minutos, é que o teste de Apgar (feito a todos os recém-nascidos ao primeiro minuto de vida, ao quinto e ao décimo) mostrou ténues batimentos (um ponto, numa escala de 0 a 10).
Após o nascimento, a menina manteve-se na unidade de cuidados intensivos, entubada e ventilada. Contrariamente às expectativas acabaria por falecer na manhã de segunda-feira. Foi proposta a realização de autópsia à família, que optou por não consentir.