O Senhor é, nas palavras de E. L. James, “um romance provocador”, que tem a intenção de produzir o efeito de virar de página automático, ou seja, que os leitores acabem um capítulo na expectativa do que vem a seguir.
A ação do novo livro da escritora best-seller decorre entre o Reino Unido e os Balcãs. Ou entre Londres, a Cornualha e Kükes, na Albânia, e não faltam menções a detalhes da vida de qualquer cidadão digital, rico ou pobre: Tinder, Uber, Netflix, HBO, ambiências musicais (listadas no final, havendo já uma playlist no Spotify, talvez a pensar já na adaptação ao cinema). Há um nobre de 28 anos, corpo atlético, alto, magro e com olhos verdes, um título e uma herança que o jovem não está preparado para assumir, e uma dor inconfessável, aliviada à conta de sexo casual e uma vida desregrada.Leia aqui um excerto da obra.
“Abre a porta, mas estaca no limiar do quarto.
Ele está aqui.
O homem!
Profundamente adormecido, de barriga para baixo, nu e espojado na cama grande. Ela fica ali, simultaneamente chocada e fascinada, com os pés como que enraizados no soalho e os olhos fixos nele, que está deitado sobre a cama, enredado no edredão, mas nu… muito nu. Tem o rosto voltado para ela, mas tapado por cabelo castanho em desalinho. Um braço está por baixo da almofada que lhe suporta a cabeça, o outro esticado na direção dela. Tem uns ombros largos, definidos, e, num dos bíceps, uma tatuagem elaborada parcialmente oculta pela roupa de cama. As suas costas bronzeadas vão clareando à medida que as ancas se estreitam com covinhas até um traseiro pálido e firme.
Traseiro.
Ele está nu!
Lakuriq!
Zot!
As suas pernas compridas e musculadas desaparecem sob um nó de edredão cinzento e coberta de seda prateada, embora o pé espreite na beira do colchão. Ele remexe-se, com os músculos das costas a ondear, e as suas pálpebras pestanejam e abrem-se, revelando uns olhos desconcentrados, mas de um verde brilhante. Alessia para de respirar, convencida de que ele se zangará por ela o ter acordado. Eles entreolham-se, mas ele mexe-se e vira a cara para o outro lado. Volta a instalar-se e a adormecer.”