Muitas mulheres escolhem ficar em casa quando decidem ser mães, de forma a estarem mais presentes e cuidarem dos filhos durante todo o dia. Mas a verdade é que, de acordo com uma pesquisa liderada por uma equipa de investigadores do Reino Unido e dos EUA, trabalhar fora de casa pode ser benéfico para os filhos, na sua vida futura.
A investigação teve por base a análise de dados revelados por mais de 100 mil homens e mulheres, de 29 países diferentes, para avaliar se o emprego das mãs tinha ou não relação com o desempenho profissional e pessoal dos filhos quando se tornam adultos.
Os resultados mostraram que as mulheres que foram educadas por mães que trabalhavam fora de casa tinham mais probabilidade de terem empregos e carreiras de sucesso – cargos de chefia, por exemplo – e serem melhor pagas nos empregos. Já os homens com o mesmo tipo de mães eram mais propensos a cuidar da família e a passar mais tempo em casa.
Os dados foram retirados de dois inquéritos sociais internacionais: o “Family and Changing Gender Roles” (entre 2002 e 2012) e o “Generations and Gender Survey” (entre 2002 e 2013).
Das análises, percebeu-se que a probabilidade de se ter trabalho era 1,21 vezes maior para as mulheres criadas por uma mãe empregada, em comparação com as que tinham mães que não trabalhavam fora de casa. Já para as mulheres que tinham trabalhos, a probablidade de conseguirem cargos de supervisão ou chefia era 1,29 vezes maior. Além disso, estas mulheres trabalhavam, em média, mais 44 minutos do que as outras e relataram rendimentos anuais significativamente maiores.
Relativamente aos homens, os resultados não estão relacionados com o trabalho, mas sim com o tempo passado em casa: os filhos criados por mães que trabalham fora ficaram, em média, mais 50 minutos por semana a cuidar dos filhos do que os que tinham mães que estavam em casa.
O estudo, publicado na revista científica Work, Employment & Society, não sugere que não haja qualquer benefício para os filhos que têm mães que ficam em casa, já que apenas foi avaliada a relação entre mães que trabalham fora e o desempenho futuro dos seus filhos.
Em 2015, ano em que as pesquisas preliminares foram divulgadas, a principal autora do estudo, Kathleen McGinn, também professora na Universidade Harvard, nos EUA, contou à CNN Money que estes resultados não significam que “os filhos das mães empregadas são pessoas mais felizes ou melhores, e não diz que as mães com emprego são melhores”.