“Era uma vez um príncipe que decidiu tornar-se jardineiro e instalar-se em Portugal…” Assim começa o artigo que faz a capa desta semana da VISÃO. Esta é a história de Louis-Albert de Broglie, um aristocrata francês, filho do duque de Broglie (ministro de Charles de Gaulle) e sobrinho-neto de um Prémio Nobel da Física, que pretende comprar a Herdade da Comporta, detida maioritariamente pela falida Rio Forte, do Grupo Espírito Santo. Não é coisa pouca: a transação poderá rondar os 400 milhões de euros.
Louis-Albert – umas vezes apelidado de louco, outras de excêntrico, mas que se define a si próprio como intuitivo – largou o escritório de Paris e o castelo no Loire para viver numa casa da Comporta. Mas o francês quer expandir o seu território, com os 12 500 hectares da famosa herdade, e dar forma ao sonho: avançar com um projeto (a que chama “Utopia”) composto por museus, escolas alternativas, centros de inovação e um exemplo de preservação ambiental.
Mais do que os planos, no entanto, é a vida de Louis-Albert de Broglie que enchem as oito páginas que a VISÃO dedica ao tema – o assassínio do pai com dois tiros na nuca, quando ele tinha 13 anos (crime que nunca foi desvendado), a sua fase de dandy, em que saltava de festa para festa, até ao momento de despertar para o modo de vida saudável e sustentável. “O futuro do amanhã”, como ele descreve à VISÃO.