Investigadores espanhóis criaram uma língua artificial capaz de distinguir diferentes variedades de cerveja e respectivos níveis de álcool. Esta espécie de órgão electrónico esteve correto em 82% dos testes e é um passo em direcção à criação de robots que estejam providos de palato. O estudo foi publicado na publicação norte-americana Food Chemestry.
Manuel del Valle, químico da universidade Autónoma de Barcelona, explica que “o conceito de língua eletrónica significa usar uma gama de sensores genéricos que respondem a vários compostos químicos identificados”, num comunicado citado pela AFP.
Assim, o aparelho criado para “degustar” é composto por 21 eletrodos (condutores eléctricos), cada um deles responsável por um componente diferente (como o amónio, o sódio, o nitrato e o cloreto). Quando expostos à cerveja, o conjunto de elétrodos gera um código químico que pode ser analisado de acordo com padrões que identificam os diversos tipos de cervejas.
A língua artificial não identifica as outras bebidas que não foram programadas no seu sistema. Apesar disso, esta invenção abre caminho para a criação de robots com o sentido artificial do gosto, tal como é afirmado no texto do estudo: “Estas ferramentas podem um dia prover um robot de paladar”.
Um dos usos possíveis para este detetor de sabores é o teste de produtos alimentares antes de estes seguirem para o mercado, de forma a “melhorar a qualidade e fiabilidade dos produtos de consumo”.