Voltando à qualidade, temos vindo a assistir, na nossa televisão, programas sobre os quais tenho, naturalmente, opinião mas que me contenho, aqui, de a exprimir e onde destaco os concursos e alguns passatempos. Termos personagens públicas que se divertem, a dançar e a cantar entre si, nada de mal nisso. Mas quando tal é “aproveitado” num modelo de concepção “barata” repetida há vários anos e em vários programas, com nomes diferentes mas tão, tão iguais, e transformado numa espécie de concurso do “jet-set”, para entreter o “povão”, em horário nobre e repetível em dias posteriores, sinto alguma repulsa e agastamento, principalmente no que se refere aos de serviço público, em que me torno, implicitamente conivente. Uma série notável, sobre os anos 60, foi transmitida com muita Qualidade e, do que me foi dado a analisar, com grande sucesso. Repetiram-na já duas vezes e todos os dias. Conseguiram tornar algo bom, saudoso, por vezes comovente em algo “a deitar pelos olhos”. É que a qualidade em demasia perde a Qualidade. E a qualidade dos apresentadores, alguns que estão quase permanentemente no “ecran” de manhã à noite, programa atrás de programa. Não há mais ninguém, até com alguma qualidade? E os que “parecem” não ter qualquer à vontade, usando e abusando do “ora bem, então…” e nem se percebe como é possível estarem ali. E os que idolatram o “não” gosto pela matemática, aliado a relevante importância que dão aos signos e ao desmesurado amor que têm pelos avós, que não visitam há anos mas que aproveitam para mandar beijinhos? Há minimos que no máximo me obrigam a mudar de canal, claro, mas essa não é uma solução de qualidade. Estamos assim, tanto aqui como acolá, sem acesso a mínimos de Qualidade.José Marques
Mínimos 2
Mais na Visão
Parceria TIN/Público
A Trust in News e o Público estabeleceram uma parceria para partilha de conteúdos informativos nos respetivos sites