Um novo atelier de flores que põe a sustentabilidade em primeiro plano; um projeto cascaense onde as flores secas e desidratadas estão em destaque; um projeto de sucesso de um casal de brasileiros que faz da entrega de flores ao domicílio a sua especialidade. Três floristas para todos os dias do ano.
Mille Fleurs
Antes de ser um artista da dança e um artista das flores, Filipe Viegas, 48 anos, é um comunicador. Visitar a sua loja na Rua dos Lagares, na Mouraria, é conhecer não só uma nova maneira de olhar para as flores, com a visão de quem põe a sustentabilidade à frente de tudo, mas conhecer a pessoa que transformou um antigo depósito de móveis – e, em tempos idos, um armazém de bananas – numa loja de flores, onde a natureza dita a organização do espaço. “Cenário pós-apocalíptico”, chama-lhe o dono, porque até de um pedaço de terra do chão brotou um canteiro.
Filipe trabalhava na área da dança contemporânea, primeiro como artista e mais tarde como produtor, quando se viu fechado em casa em março de 2020. Apaixonado por flores, e um fã do programa The Big Flower Fight, na Netflix, decidiu explorar essa veia, vá, mais artística. Fez um curso numa florista tradicional de Lisboa, começou a vender arranjos no Instagram e, no verão de 2022, atirou-se para Nova Iorque onde foi aprender mais sobre flower design, em técnicas e arranjos para instalações maiores.
De volta a Lisboa, recuperou o antigo armazém da Rua dos Lagares, onde já tinha estado a trabalhar, e abriu a Mille Fleurs, uma loja de flores onde a sustentabilidade está em primeiro lugar – sustainable floristry é um conceito que Filipe vai gostar de falar com quem passa -, onde há um canto só para orquídeas, outro para suculentas, outro ainda para plantas de interior e muitas flores frescas. “Nacionais, quando a qualidade é boa, de época sempre e se possível se químicos”, explica Filipe. Até porque a durabilidade é muito maior. Faz arranjos – sempre sem óasis (esponjas verdes) -, bouquets, coroas, num estilo muito próprio que vale a pena conhecer. E vende também algum artesanato contemporâneo português, seja para pôr flores, seja para embelezar a casa. Tal como as flores.
Rua dos Lagares, 10, Lisboa / seg 14h-19h, ter-sex 10h-19h, sáb 10h-15h

Dona Amélia Flower Bar
O nome da loja de flores de Maria Matos confunde-se com o do seu projeto de arranjos florais, desde coroas a bouquets, de ganchos a outros trabalhos criativos, chamado 2for1 Design. Começou por vender online e, há cerca de três anos, abriu uma loja dentro da Cidadela de Cascais, um local de romaria para quem gosta de arranjos que duram, e duram… É que as flores secas e desidratadas tornaram-se uma espécie de imagem de marca do trabalho de Maria, que não só as vende, como também ensina a trabalhá-las em workshops – a agenda dos próximos meses está quase a ser lançada. Deixa, contudo, um aviso a quem a procura: “tenho trabalhado cada vez mais com flores frescas.”
Pestana Cidadela Cascais, Avenida Dom Carlos I / 91 926 5376

Saudade Flores
Quem circula pelas ruas de Lisboa já se deve ter cruzado com a bicicleta de Ana Rocha e Raphael Monteiro. Como identificar? No cesto traseiro, forrado a cor de rosa e branco, está sempre um enorme aglomerado de ramos florais. Trata-se do principal meio de entrega deste negócio lisboeta, fundado por dois brasileiros, com sede na Rua de São Bento, mas que se distingue pelas entregas de ramos. Na casa trabalham sobretudo com flores portuguesas, maioritariamente frescas, sempre num trabalho criativo assinado por Ana. O site (www.saudadeflores.com) levanta o véu do trabalho desta equipa (hoje já com cinco elementos), com quem é possível estabelecer uma avença mensal para ter sempre flores frescas e cheirosas em casa.
Rua de São Bento, 51, Lisboa / seg-sex 09h30-14h, 15h-18h30, sáb 10h-14h
