A artista Inês Prats Azevedo Gomes, 30 anos, tem um apelido que, nem de propósito, encaixa que nem uma luva no hobby que descobriu há uns anos e que agora ocupa a maioria do seu tempo: fazer pratos de cerâmica, sob a assinatura de Pratos da Prats.
Estudou Artes Plásticas na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, terra da cerâmica por excelência, mas só viria a descobrir o gosto pelo barro do outro lado do Atlântico, na Argentina. O que começou por ser uma viagem à América do Sul transformou-se numa mudança para Buenos Aires, onde acabou por ficar a viver e experimentar as aulas de cerâmica. “Percebi que as coisas que saíam bem, a professora de lá apostou em mim e acabei por estudar três anos de cerâmica”, conta.
Na mala, ao longo destes anos a viver fora, esteve sempre presente uma coleção de naperons que herdou da bisavó e que chegou a usar para instalações em paredes algures pelos destinos onde foi passando. “Andavam sempre comigo, sabia que um dia ia servir para qualquer coisa.” Esse dia chegou, numa aula em que decidiu aplicar o naperon num prato de cerâmica. “Pus no Facebook, teve imenso sucesso e muita gente a dizer que queria. Então numas férias decidi meter-me num atelier, fazer uma coleção de 40 pratos do género e vendi tudo.” Nessa altura percebeu o rumo que o seu trabalho poderia tomar. De volta a Portugal, em junho de 2018, arranjou uma mesa de trabalho no atelier Faca e Alguidar, em Lisboa, e criou oficialmente a marca Pratos da Prats, que vende sobretudo através do Instagram.
As peças são todas feitas à mão, 100% únicas e nunca recorre a moldes, daí ter pratos de todos os tamanhos, feitios e cores (e até preços, anunciados na hora). Azuis, verdes, rosas, brancos, amarelados, há sempre novidades a apresentar. “Normalmente crio e ponho logo à venda online. Também posso fazer por encomenda, mas aviso sempre que nunca saem irmãos, só primos”, brinca. Já estendeu o talento e a criatividade às tigelas, às jarras, às chávenas e aos vasos e agora até tem deixado os naperons de lado em algumas ocasiões para fazer peças em pasta negra e pintura. “Gosto de ir explorando linguagens diferentes.”
Com um propósito decorativo ou utilitário, Inês garante que todos os vidrados estão aptos para utilizar com alimentos e serem lavados a altas temperaturas. É provável que em breve até saiam outras peças, sempre sem aviso.
Instagram: @pratosdaprats