Estima-se que quase 30% dos recursos pesqueiros estejam sobreexplorados e 60% estejam explorados até ao limite. Uma situação em que nós, portugueses, somos simultaneamente prejudicados e (à nossa escala) dos principais responsáveis: Portugal tem o terceiro ou quarto maior consumo de peixe per capita do mundo (dependendo das fontes e disputando o pódio com o Japão, a Islândia a Malásia e a Coreia do Sul), com cerca de 57 quilos por ano – o que dá um total de mais de meio milhão de toneladas. Mas nem todos os peixes estão ameaçados da mesma forma. O que também não são boas notícias para nós. É que dois dos mais ameaçados, face à procura, são precisamente os mais importantes da cozinha nacional: bacalhau e sardinha. No caso desta última, a subida do preço diz tudo: disparou este ano para máximos históricos. Quanto ao “fiel amigo”, classificado como vulnerável, até tivemos um aumento assinalável da quota (60%, de 2010 para 2015). Por outro lado, as experiências com aquacultura não têm corrido bem. O bacalhau é um peixe grande e que precisa de espaço para se mover, o que tem ajudado a frustrar a aposta na criação em cativeiro. Mas esse é um problema que não afeta outras espécies muito consumidas em Portugal – a imensa maioria do sargo, da dourada e do robalo que nos chegam ao prato vem precisamente da aquacultura.
Radiografia aos nossos peixes
Do bacalhau à sardinha, da dourada à cavala, aqui traçamos o perfil de 12 das espécies mais populares em Portugal
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