É o momento do adeus. E que adeus, com uma lenda viva da música e do cinema, ali à nossa frente, do alto dos seus 90 anos, com uma jovialidade aparentemente eterna. Falar de Ennio Morricone é contar uma boa parte da história da cultura popular do último meio século. Este compositor e maestro italiano alimentou a banda sonora das nossas vidas, contribuindo para o imaginário coletivo de várias gerações.
Na sua obra, quase sempre, som e imagem andam lado a lado. Formado em composição pelo Conservatório de Santa Cecília, em Roma, em 1954, seria apenas na década seguinte que Ennio Morricone começaria a sua intensa carreira como compositor de música para cinema, ao assinar a banda sonora do filme Il Federale, de Luciano Salce. Ainda no anos 60, ajudou a construir o universo muito próprio do chamado western spaghetti nos filmes de Sergio Leone Por um Punhado de Dólares, Era uma Vez no Oeste ou O Bom, O Mau e O Vilão. Compôs centenas de bandas sonoras, e também mais de cem peças clássicas.
Nessa longa lista, destaque para filmes tão icónicos como Cinema Paraíso, 1900, Exorcista II, A Gaiola das Malucas, O Profissional, A Missão, Os Intocáveis, Missão a Marte, Bugsy, Na Linha de Fogo, O Jogo de Mr. Ripley ou Os Oito Odiados, filme de Quentin Tarantino que, em 2016, valeu um Oscar ao compositor italiano (tornando-o a pessoa mais velha a receber essa estatueta dourada, apesar de, nove anos antes, já ter recebido um prémio honorário da Academia, das mãos de Clint Eastwood, pelas suas “contribuições para a história do cinema”). Essa mesma história que agora recorda para o público português, num concerto que tem tudo para ser histórico.
Ennio Morricone > Altice Arena > R. dos Olivais, Lisboa > T. 21 891 8409 > 6 mai, seg 21h > €45 a €240