Poucas empresas podem dar-se ao luxo de se situarem mesmo de frente para o monumento que lhes serve de logótipo. Sentados numa das mesas da nova taproom da Oitava Colina, é a Igreja da Graça que a nossa vista alcança de imediato. Não confundir esta novidade com o pequeno quiosque, inaugurado em abril, no recuperado Largo da Graça. Ambos servem a cerveja artesanal da marca Oitava Colina, negócio dos irmãos Pedro e Sérgio Romão, a caminho dos quatro anos de atividade, com uma produção de dez mil litros mensais.
Aberta oficialmente a 20 de julho, na taproom, a ideia foi criar finger food que combinasse, na perfeição, com as cervejas que saem das dez torneiras (€2 a €4,30 de 25cl; €4,50 a €7,80 de 50cl). E há combinações bem saborosas, servidas com chips de batata-doce, muito estaladiças e apetitosas. Para cada um dos três hot dogs (€8), há uma cerveja apropriada. O amargo da Urraca vai suportar o picante do banh mi com salsicha krakauer, pickles daikon, coentros, maionese e molho sriracha; já a Florinda alia o adocicado do seu malte de caramelo à doçura da maçã caramelizada do cheddar-apple com salsicha thüringer; a opção feita com salsicha veggie e coleslaw vai bem com a Vila Maria, mais leve. O doce do molho asiático das asinhas de frango (€7,50) poderá ser limpo pelo amargor da Vila Iolanda, uma double IPA. Nós provámos a sanduíche de cachaço de porco, coleslaw e molho barbecue (€7,50) com a refrescante Vila Maria, mas Pedro Romão sugeria antes a Zé Arnaldo, uma preta frutada que aguenta bem a comida condimentada, como este porco desfiado que passa cinco lentas horas no forno. Em breve, vão lançar a Vila Prazeres com framboesa, uma sour com acidez forte.
Oitocentos metros, a pé, separam a Taproom Oitava Colina do 21 Brew Pub, aberto há um mês. O número 21, prefixo telefónico do Rio de Janeiro e de Lisboa, batiza o novo bar de cerveja artesanal, propriedade de dois amigos brasileiros. O carioca Gustavo Gallas, que criou há seis meses a marca Gallas, e Vinicius Praça, que trabalhava na área financeira no Rio de Janeiro e foi deslocado para Lisboa, no verão do ano passado. Agora é Vinicius quem, atrás do balcão, orienta as dez torneiras (€2,60 a €3,60 de 25 cl; €4,95 a €6,90 de 50cl), de onde saem cervejas com nomes bastante sugestivos: Caparipa, um chope com aroma mais cítrico e floral; Wit Cinco de Abril, feita de casca de laranja, refrescante, leve e clara, com baixo amargor; All The Way to Stout, a preta com sabor a menta e baunilha, remete para o chocolate After Eight, muito refrescante apesar dos 7% de teor alcoólico; Simcoe, uma monocasta feita com um lúpulo topo de gama bastante cítrico e de amargor elevado; Extremadura, para muitos apreciadores a mais interessante, por ser feita com picante habanero, bastante encorpada.
Apesar da curta ementa de comida, tudo está pensado para boas harmonizações: sanduíche de salmão (€5,90), hambúrguer da semana (pode ser de borrego, de maminha ou de frango, €7,30), nachos (€2,40), tábua de frios (€4,50), queijo brie com geleia (€3,90). Sempre com o elétrico 28, ora para cima ora para baixo, em pano de fundo.
Taproom Oitava Colina > R. Damasceno Monteiro, 8A, Lisboa > ter-dom 12h-23h, sex-sáb 12h-1h > prova cinco copos €7 > 21 Brew Pub > R. Angelina Vidal, 53A, Lisboa > seg-qui 12h-23h, sex 12h-1h, sáb 16h-1h > prova quatro copos €5,70