Natalie Renée McIntyre, nascida em 1967, no Ohio, EUA, e conhecida no mundo inteiro como Macy Gray, desde que se estreou nestas andanças musicais no final do século passado, nunca foi celebrada pelas suas inovações e transgressões musicais.
Numa carreira com altos e baixos (na sua vida pessoal, sim, houve espaço para “transgressões”, sobretudo ligadas ao abuso de drogas), o seu argumento forte foi continuamente a interpretação aguerrida e a entrega à tradição, sempre renovada, de cantoras de soul e de R&B. E já se sabe que, neste campeonato em particular, a experiência de vida − e os ecos dessa experiência na voz − conta muito. Ruby é o disco de uma sobrevivente que sabe bem o que está a fazer.
Em várias faixas enérgicas (Buddha, com Gary Clark Jr., Sugar Daddy ou a jazzy Jealousy…), faz-nos pensar num tosco provérbio: “O que não mata engorda.” A idade está a fazer bem a Macy Gray.