Mais uma banda nessa encruzilhada a que chegam todas aquelas que conseguem criar um som próprio e que insistem, ao longo dos anos, em continuar a caminhada. Os Interpol nasceram em Nova Iorque, na viragem do século – os primeiros acordes são de 1997, mas o álbum de estreia, Turn On the Bright Lights, só chegaria em 2002 e catapultou-os, rapidamente, para um reconhecimento mundial como representantes de um regresso ao rock de guitarras, uma espécie de segunda vaga da new wave e do pós-punk dos oitentas.
Por essa altura, os seus conterrâneos The Strokes marcavam a banda sonora do novo século, com trunfos aparentemente simples: uma guitarra com voz própria, identificável ao fim de poucos segundos, e a velha urgência do rock and roll. A sua sonoridade foi perdendo força (a tal urgência tem prazo de validade…), e desde 2013 que se espera, sem demasiada impaciência, um regresso aos álbuns. Os Interpol nunca se destacaram por uma grande originalidade, antes por terem competência e personalidade suficientes para comporem canções eficazes em cima do palco, e um ou outro hit mais orelhudo.
Ao sexto álbum, Marauder, é exatamente isso que continua a acontecer − e destaque-se a capacidade de regressar a esses singles que ficam no ouvido e que apetece ouvir na pista de dança: The Rover. O facto de terem trabalhado com um novo produtor (Dave Fridmann, que marcou a sonoridade de bandas como os MGMT e The Flaming Lips) não parece trazer qualquer novidade relevante. Os Interpol preferem trilhar um caminho seguro a arriscar (como fizeram, este ano, os Arctic Monkeys) uma mudança de estilo e de personalidade musical. Os fãs agradecem?