Passada a ponte Vasco da Gama em direção a sul, Coruche fica a 50 quilómetros, em território de montado (daí intitular-se “capital da cortiça”) e de pinhal, que ladeiam a grande planície agrícola do vale do Sorraia, com a geometria dos arrozais e sob a supervisão das cegonhas. É um caminho que se faz com facilidade e com gosto, admirando a paisagem e suspirando pelos aromas e sabores da cozinha ribatejana, preservados em restaurantes como O Farnel. Vai em quase meio século de atividade, dentro da vila de Coruche, não longe da margem do rio. Tem duas salas, com a cozinha bem à vista.
A ementa é extensa e variada, salientando-se, entre outros, o bacalhau à Farnel, êxito de sempre, com posta alta e bem frita, bastante cebola refogada e sabor intenso; o bacalhau com migas, igualmente saboroso; o sável frito com açorda de ovas, na época; a grelhada mista de novilha brava na telha (vazia, alcatra e rabadilha), tenra e suculenta; e os nacos de toiro com carqueja, num estufado delicioso. Ainda nas carnes, aba de vitela estufada, medalhões de porco com migas e couve, borrego assado no forno com batatas e cabrito assado à lavrador (assado no forno com tempero próprio). Há mais dois pratos de época a ter em conta: o ensopado de borrego, no verão, e o cozido à portuguesa, no inverno, que fazem parte da história do restaurante. Boa doçaria tradicional. Garrafeira com vinhos do Ribatejo e do Alentejo em destaque. Serviço simpático.
O Farnel > R. Vasconcelos Porto, 9, Coruche > T. 243 675 436 / 93 353 4945 > ter-dom 12h-15h, 19h-22h > €15 (preço médio)