O canal de televisão estatal iraniana transmitiu imagens captadas dentro do navio Stena Impero, o petroleiro sequestrado no Estreito de Hormuz, na sexta-feira. O grupo inclui 18 homens com nacionalidade indiana, três russos, um cidadão da Letónia e outro das Filipinas.
As imagens mostram os chefes a preparar uma refeição, na cozinha, e o resto da tripulação sentada à volta de uma mesa com os seus sequestradores. Outras fotos tiradas dentro do Stena Impero, no domingo, deixam perceber parte da tripulação sentada no chão, descalça, sob o olhar vigilante de um guarda.
O Irão sequestrou o navio como retaliação pela detenção do seu navio Grace 1 pela Marinha britânica ao largo da costa de Gibraltar, no início deste mês. Segundo as autoridades iranianas, o episódio foi “pirataria” levada a cabo em nome dos Estados Unidos. A Grã-Bretanha desmente e alega que o navio estava a violar as sanções da UE.
O porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que “a apreensão do Stena Impero, de nacionalidade britânica e propriedade sueca, na sexta-feira, foi ilegal à luz do direito internacional”. “O navio foi apreendido sob pretextos falsos e ilícitos, e os iranianos deveriam libertá-lo e à sua tripulação imediatamente”. “Não procuramos um confronto com o Irão, mas é inaceitável e altamente escandaloso apreender um navio que faz negócios legítimos através de rotas de navegação reconhecidas internacionalmente”. Segundo o mesmo, a situação já foi denunciada às Nações Unidas.
Entretanto, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Moscovo, Sergey Ryabkov, fez questão de apoiar o governo iraniano, insistindo que o país estava meramente a “cuidar da ecologia” no Golfo e que “os argumentos do Irão têm muito mais razão do que os de Gibraltar e Londres, que se entregam à pirataria”.