“É efetivamente pouco comum, mas não sem precedentes”, assumeThomas Mote, investigador da Universidade da Geórgia que estuda o clima da Gronelândia. “É por exemplo muito comparável a alguns picos a que assistimos em junho de 2012”, referiu aquele cientista à CNN, a recordar o recorde de há sete anos, quando a camada de gelo praticamente desapareceu, pela primeira vez na história. Agora, este degelo logo no início do verão traz implícito que 2019 pode estabelecer novo recorde para perda de gelo na região.
“Esses eventos de degelo tão grande e antes do tempo provocam alterações à superfície e isso vai permitir que o calor do sol de verão tem um impacto ainda maior”, insiste Mote – e não é o único cientista a pensar assim.
Jason Box, climatologista do Centro Geológico da Dinamarca e Groenlândia, previra, já no final de maio, que os efeitos desse degelo serão bem maiores do que o normal este ano. Já vira este fenómeno ocorrer logo em abril, bem antes do tempo, confirmando que, em média, está a ocorrer três semanas antes de média e mais cedo do que no tal ano recorde de 2012.
Antes disso, tinham-se verificado situações do género tanto em 2007 e 2010 – mas até então eram completamente desconhecidos. “Não vimos nada assim nos anos 1990”.
“Sabemos que a Gronelândia contribui cada vez mais para o aumento do nível do mar, nas últimas duas décadas”, rematou Mote, “e este imenso degelo é parte disso”.