Os resultados da investigação publicada na Nature, comprovaram, através da observação de ratos com uma alimentação à base de gorduras saturadas, que esta chegava ao cérebro por meio da circulação sanguínea e entrava na região do hipotálamo, uma zona associada, não só ao metabolismo como também à depressão.
A gordura mostrou também efeitos negativos em algumas das principais vias de sinalização cerebral, admitidas como possíveis responsáveis pelo desenvolvimento da doença.
George Baillie, professor na Universidade de Glasgow e autor do estudo, explica que “é a primeira vez que se observou o impacto direto que uma dieta rica em gorduras pode ter nas áreas de sinalização cerebrais relacionadas com a depressão”.
Segundo o investigador, os resultados são particularmente relevantes porque permitem “começar a explicar como, e porque é que a obesidade está associada à depressão”, para além de ajudarem a encontrar novos métodos para “tratar melhor os pacientes nessas condições” e a “compreender quais os tipos de gorduras, como o ácido palmítico (um dos principais componentes do óleo de palma), que são mais suscetíveis de chegar ao cérebro e afetar algumas das suas principais regiões” disponibilizando assim informações melhoradas relativamente aos efeitos da sua alimentação na sua saúde mental.
“Todos nós sabemos que uma redução da ingestão de alimentos gordurosos pode ter muitos benefícios para a saúde, mas nossa pesquisa sugere que isso também promove um modo de vida mais feliz”.
“Claro que, se nos sentimos mais em baixo, para nos sentirmos melhor, somos capazes de nos recompensarmos com comidas com mais gordura, que só irão consolidar sentimentos negativos“, acrescenta.
Segundo números disponibilizados pela organização Eutimia, Aliança Europeia Contra a Depressão em Portugal, aproximadamente 400 mil portugueses por ano sofrem de depressão. Estes valores correspondem à taxa mais elevada da Europa e a segunda maior no mundo.
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