Dados das declarações fiscais de Donald Trump e das suas principais empresas, durante o periodo de 1985 a 1994, mostram que, quando comparados com o o relatório divulgado pelas Finanças dos EUA, que o agora Presidente perdeu mais dinheiro do que qualquer outro contribuinte durante esses 10 anos.
O relatório publicado pelo The New York Times não inclui, no entanto, os documentos fiscais mais recentes do presidente americano, que têm sido alvo de polémica devido à enorme pressão exercida pelo Congresso, que pretende consultar as declarações de impostos de Trump. Ainda na passada segunda-feira, 6 de maio, o secretário do tesouro, Steven Mnuchin, recusou oficialmente.
Segundo os dados agora disponíveis, desde 1985, que todos os seus principais negócios – incluindo hotéis, casinos e imóveis, verificaram perdas continuas, atingindo um valor total de 1,17 mil milhões de dólares (aproximadamente mil milhões de euros) de prejuízo em 1994. Trump terá perdido uma quantia tão grande que conseguiu ficar isento de impostos sob os seus rendimentos durante 8 anos.
Segundo o jornal americano, estes dados foram apurados através de uma fonte com acesso legal aos documentos e mais tarde comparados com o relatório público emitido pelo IRS americano relativo ao pagamento de impostos dos principais contribuintes, documento disponível para consulta, mas sem dados de identificação, entre outros relatórios, como é o caso dos registos fiscais e financeiros da família Trump, publicados pelo NYT o ano passado.
Durante a campanha para a presidência americana, Donald Trump apresentou-se enquanto multimilionário self-made e empresário de enorme êxito. Em 1987, ano durante o qual as suas empresas já estariam com prejuízos, publicou o livro “Trump: A arte do negócio”, onde alegadamente partilhava a sua estratégia para ser bem sucedido. Em 2004, foi protagonista do programa televisivo americano: The Apprentice (O Aprendiz), no qual, durante 15 temporadas, se promoveu enquanto empresário de sucesso. Estas novas informações revelam que, se não fosse esta tendência para especular relativamente ao seu próprio sucesso, mesmo sem fundamento para tal, o colapso financeiro de Donald Trump poderia ter acontecido vários anos antes, uma vez que, Trump terá feito milhões dólares no mercado de ações por sugerir que estava prestes a adquirir empresas, perdendo a maioria desses ganhos depois de perder a confiança dos investidores.
No passado sábado, 4 de maio, Charles J. Harder, advogado de Donald Trump, em resposta ao NYT, afirmou que as informações divulgadas eram “comprovadamente falsas” e “altamente imprecisas”. Esta terça-feira, 7 de maio, completou as suas declarações especificando que os alegados erros no relatório dizem respeito às “declarações das finanças, particularmente as antecedentes ao preenchimento eletrónico”, que considera “notoriamente imprecisas” e “incapazes de fornecer uma imagem clara das devoluções de qualquer contribuinte”.