Atração, valores e gostos em comum, uma pitada de sorte/acaso… a fórmula para uma relação feliz não é uma ciência exata. Mas um estudo da Universidade de Yale, que contou com a participação de cerca de 200 casais, levou os investigadores a concluir que se pode atribuir cerca de 4% da satisfação das pessoas nos seus casamentos à presença de um gene. Apesar de parecer uma percentagem pequena, representa uma influência significativa considerando outros fatores genéticos e ambientais aos quais o casal está exposto.
A variação do gene, identificada como OXTR rs53576, encontra-se num recetor de oxitocina, conhecida como a “hormona do amor”, que desempenha um papel fundamental, por exemplo, na relação estabelecida entre as mães e os seus filhos bebés.
As pessoas que possuem esta variante – conhecido como o genótipo GG – mostram mais sinais de empatia, sociabilidade e estabilidade emocional, caraterísticas que contribuem para um casamento feliz. Foi esta sequência de ADN que se revelou presente nos casais satisfeitos com a sua relação.
Os participantes do estudo, que incluiu casais com idades entre os 37 e os 90, tiveram que completar questionários sobre a sua segurança sentimental e satisfação nos respetivos casamentos. Após esta primeira etapa, forneceram uma amostra da sua saliva aos investigadores, que procuravam detetar a presença da variação genética em causa.
Os resultados, publicados na revista ciêntifica online PLOS ONE, foram os primeiros a estabeleceram uma ligação entre o genótipo GG e o sucesso dos casamentos. Depois destas conclusões os cientistas planeiam continuar o estudo e expandi-lo a um grupo maior de forma a compreender melhor os seus efeitos.
A líder da pesquisa, Joan Monin, da Escola de Saúde Pública de Yale, considera que “este estudo mostra que a forma como nos sentimos nas nossas relações mais próximas é influênciada por mais do que experiências partilhadas com os nossos parceiros ao longo do tempo”, acrescentando ainda que “no casamento, as pessoas também são influenciadas pela sua própria predisposição genética e da dos seus parceiros.”