Até agora, já foram localizados quatro possíveis dadores, mas Zainab Mughal vai precisar de mais sangue do que aqueles que eles poderiam fornecer.
A menina de dois anos tem uma forma rara de cancro, diagnosticada mais frequentemente em crianças com menos cinco anos: um neuroblastoma de alto risco que, acreditam os médicos, terá começado a desenvolver-se no seu abdómen há, pelo menos, 11 meses. Quando aparece nesta região, o neuroblastoma pode provocar dores de estômago e sensação constante de enfartamento, mas também pode provocar perda de peso, inchaço ou nódulos na barriga, problemas ao nível dos movimentos intestinais ou edema nas pernas.
Para sobreviver, Zainab precisa de várias transfusões de sangue, mas aqui começa outro problema: a raridade do seu tipo de sangue. Só as pessoas com origem paquistanesa, indiana ou iraniana podem ser compatíveis com a pequena Zainab (que vive na Florida, EUA, mas tem ascendência do Paquistão) e, destas populações, apenas 4% deverão sê-lo efetivamente. As contas desanimadoras são da organização da Florida, EUA, OneBlood, uma das participantes numa busca global para identificar e recrutar dadores.
O tipo de sangue é determinado pelos antígenos e o da criança não tem um dos mais comuns, o “B indiano”, o que significa que o seu organismo atacaria qualquer sangue que o contivesse. Neste caso, além de terem de ser do tipo O ou A, os dadores terão também de ter este antígeno em falta.
Contra todas as expectativas, um novo possível dador, encontrado esta semana no Reino Unido, eleva para quatro o total de pessoas compatíveis já identificadas: outra no Reino Unido e duas nos Estados Unidos.
Os médicos explicam que sangue doado não visa curar a menina, mas antes permitir-lhe sobreviver à quimioterapia necessária.