Uma nova investigação do Imperial College London, publicada no BMC Public Health, que estudou 160 mil pessoas de 33 países europeus de 2009 a 2025, na altura da Eurovisão, concluiu que ver o Festival da Canção aumenta a felicidade. Estes resultados foram conseguidos através de respostas a um inquérito do Eurobarómetro, comparando população de países que concorreram e que não concorreram no festival.
As pessoas, cujo país participa na Eurovisão, tem mais 4% de hipóteses de estarem satisfeitas com a vida por cada aumento de 10 lugares no ranking final. Com base nestes resultados, é possível que Portugal tenha “explodido” de satisfação ao subir 14 lugares no ano passado com a música de Salvador Sobral.
Os países que concorrem na competição mostraram mais 13% de probabilidades de contentamento em relação à vida do que aqueles que não se apuraram para a Eurovisão. No entanto, “o que importa é participar”, pois os resultados mostraram que a amostra prefere ter uma má prestação do festival do que não participar de todo.
Este sentimento de satisfação pode ser benéfico, segundo Filippos Filippidis, um dos autores do estudo, para a saúde fisica e mental. O investigador explica que a ideia para a investigação começou por ser uma conversa em tom de brincadeira. “O nosso “trabalho diário” envolve investigar o efeito de políticas públicas, fatores ambientais e condições económicas no estilo de vida e saúde das pessoas. No nosso departamento empregamos pessoas de países diferentes e na altura da Eurovisão estávamos a conversar sobre se a competição também poderia afetar o bem-estar nacional de um país. Analisamos e ficámos surpreendidos ao constatar que pode haver uma ligação”.
Filippidis espera que estes resultados inspirem futuras investigações, pois “a ciência pode ser usada para testar questões inesperadas, mas o mais importante é que esperamos que encoraje as pessoas a considerar como o nosso bem-estar e, consequentemente, a nossa saúde, podem ser influenciados por uma série de fatores na esfera pública”.