Há três eventos lunares que, no próximo dia 31, se sobrepõem. “Super Lua” é o nome que se dá às luas cheias que ocorrem quando a lua está perto do perigeu – o ponto da sua órbita mais próximo da terra. Segundo a NASA, estas luas podem aparece até 14% maiores e 30% mais brilhantes. “Lua Azul” porque a lua de 31 de janeiro será a segunda lua cheia do mês (a primeira foi dia 1 de janeiro e, já agora, foi uma Super Lua também). Além disso, na madrugada do último dia do mês, ocorre um eclipse lunar, dando temporariamente à lua uma cor avermelhada, daí o “Lua de Sangue”.
O eclipse será apenas visível na Ásia, Austrália, Oceano Pacífico e oeste da América do Norte, mas não é por isso que deixa de ser “uma oportunidade especial para estudar a Lua”. Segundo a NASA, o eclipse dá oportunidade de ver o que acontece quando a superfície da lua arrefece rapidamente. Esta informação vai ajudar os pesquisadores a entender algumas das características do rególito – a mistura de solo e rochas soltas na superfície da lua.
“Durante um eclipse lunar, a mudança da temperatura é tão drástica que é como se a superfície da Lua passasse de um forno a um congelador em poucas horas”, explica Noah Petro, cientista do projeto adjunto da Lunar Reconnaissance da NASA Orbiter, ou LRO.
Os cientistas lunares já têm dados sobre mudanças de temperatura em terreno lunar, recolhidos pelo Divler da LRO desde 2009. No entanto, esses dados são relativos a variações de longo prazo, já que as transições da lua através da sombra da Terra (e as consequentes alterações de temperatura) ocorrem ao longo de um dia lunar, que dura 29 dias e meia no nosso planeta.
Ao comparar os dados já recolhidos com os que poderão recolher durante a Super Lua Azul de Sangue do próximo dia 31, os cientistas podem analisar as variações em áreas específicas. Esse tipo de informação é útil para fins práticos, como a procura de locais de pouso adequados. Também ajuda os investigadores a entender a evolução da superfície da Lua. “Esses estudos vão ajudar-nos a explicar como os grandes e pequenos impactos estão a mudar a superfície da Lua durante o tempo geológico”, disse o investigador da LRO.
Segundo a NASA, a LRO já recolheu “dados preciosos” com os seus “instrumentos poderosos”, contribuindo “de forma inestimável” para o conhecimento sobre a Lua. Lançada a 18 de Junho de 2009, a LRO é administrada pelo Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, para a Direção da Missão da Ciência na sede da NASA em Washington, DC, e faz parte do Programa Discovery administrado pelo Marshall Space Flight Center da NASA em Huntsville, Alabama.