Sabe-se que o chocolate é dos maiores venenos que se pode dar as cães. “Mesmo em quantidades muito pequenas ou misturados em certos alimentos”, refere Célia Palma, médica veterinária na Liga Portuguesa dos Direitos do Animal. É um dos alimentos proibidos porque contém teobromina e cafeína, duas substâncias muito tóxicas para eles. Alimentos com picante também são desaconselhados.
E a fruta?
Em relação aos frutos, a maçã e a pêra, por exemplo, são bem-vindas desde que se retirem as sementes. Já as uvas estão totalmente interditas à entrada na sua alimentação, porque contêm tiossulfato, uma substância que os cães não metabolizam da mesma forma que os humanos. Quando ingerida, esta fruta pode causar problemas renais muito graves. Pelo mesmo motivo, a ingestão de passas deve ser evitada.
Mas também é preciso ter cuidado com os frutos exóticos. “Desaconselho por precaução, porque entraram na nossa alimentação recentemente e, como tal, não sabemos se os cães metabolizam bem os seus componentes”, sublinha a veterinária.
Os frutos secos como as nozes, por exemplo, devem ser evitados, já que têm alto teor em fósforo, que pode predispor à formação de cálculos, além do risco de falso trajeto e engasgo. Os frutos secos contêm, também, muitas gorduras e óleos que não são benéficos para os cães.
Entre verduras e laticínios
O pão é muito indigesto e, se a massa estiver crua, pode fermentar no estômago dos animais e provocar muitos gases e dores abdominais. As couves e os repolhos atuam de forma parecida, sendo difícil para os cães digerir estas verduras.
Há uma teoria que diz que se deve utilizar alho com o propósito de desparasitar os animais. A verdade é que este vegetal contém, também, tiossulfato, que pode provocar anemia hemolítica. Também a cebola é constituída por esta substância, sendo ainda mais tóxica que o alho. Seja crua ou cozinhada, o melhor mesmo é que os cães não a comam.
Apesar de ingerirem leite das suas progenitoras enquanto são bebés, a verdade é que os cães também podem ser intolerantes à lactose, já que não têm enzimas que consigam processá-la. Os nossos amigos de quatro patas podem facilmente ficar com vómitos e diarreia. O mesmo se aplica ao queijo, a não ser que seja fresco. Em relação aos iogurtes, podem dar-se em quantidades muito pequenas.
E os ossos que gostam tanto de roer?
A resposta é muito clara: não dê ossos ao seu cão. “Sobretudo os de aves, porque se corre o risco de perfuração intestinal, ou mesmo da formação de fecalomas” refere Célia Palma. Já os ossos dos restantes animais podem causar obstrução intestinal, devido à dificuldade em fazer a sua digestão.
De resto, é importante que evite dar alimentos açucarados ou salgados, com muitos condimentos e gordura. A saúde do seu cão agradece.