A chegada de um filho é sempre um momento único. Durante nove meses, o corpo vai preparando a mulher para essa nova fase, em que ela se torna, antes de tudo, fonte de alimento – mesmo que amamentar seja muito mais do que isso, afinal são muitos os verbos que aqui cabem. Ou talvez pudéssemos pensar antes num outro nome, no plural, para tudo o que “mãe” significa: mimo, proteção, sustento, amor. Em nome da maternidade, esquecem-se os saltos altos e o cabelo impecável, preferindo-se a roupa confortável, que depois há de ter manchas de bolçado e de papinha.
Esta é a linha mestra de um movimento de elogio às mães e que alastra pelo mundo. No verão passado, a fotógrafa norte- americana Jade Beall apontou a objetiva à barriga de uma amiga. A imagem mostra-nos um ventre flácido, abraçado por duas crianças. “Quando foi publicada atraiu de imediato a atenção de outras mulheres que também estavam dispostas a partilhar as histórias de vida dos seus corpos”, lê-se na página de A Beautiful Body Project. “Queremos redefinir o que é bonito. Os nossos corpos. Nós próprias. Nós somos bonitas.”
O que ali se vê são histórias de corpos femininos a celebrarem a maternidade – e a irem contra a obsessão da perfeição corporal. O conceito, entretanto, replicou-se.
Por cá, a VISÃO desafiou 10 mulheres a mostrarem as marcas que a maternidade deixou nos seus corpos. O resultado é um fantástico portefólio de Gonçalo Rosa da Silva, e que faz a capa da edição hoje nas bancas.