Cecília Meireles encerrou a participação do CDS no debate sobre o programa do Governo e deixou duras críticas à postura do primeiro-ministro no Parlamento. A líder parlamentar do CDS denuncia aquilo que diz serem “encenações” de “arrufos” protagonizadas pelo partido PS e pelos partidos à sua esquerda.
A intervenção já ia adiantada quando Cecília Meireles interrompeu o discurso para se dirigir ao presidente da Assembleia da República. “Não sei se algum membro da bancada do Governo quer falar, porque estão em permanentes apartes, julguei que os apartes fossem uma forma regimental”, disse, acabando a pedir “respeito pelos oradores”. O episódio ilustra uma das imagens que a centrista levou para o encerramento do debate: uma crítica à forma como António Costa (não) responde aos pedidos de esclarecimento dos partidos da oposição.
“Eutanásia, forças de segurança, ADSE ou conhecimento do Governo sobre situações extraordinariamente graves vividas no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras” são matérias em que a líder parlamentar centrista acusa a falta de resposta de Costa. “Quando a pergunta é incómoda, o Governo já não responde perante o Parlamento. Para o senhor primeiro-ministro, o Parlamento são os partidos que lhe dizem ámen e os deputados são os que lhe fazem as perguntas que quer ouvir”, disse.
A intervenção de oito minutos ficou ainda marcada pelas críticas às “encenações” de “arrufos e reconciliações” entre os partidos da geringonça, “que se tornaram praxe nos últimos quatro anos”. E com a conclusão de que, com ou sem acordo, tudo se mantém como dantes: “A geringonça permanece. O acordo que não quiseram assinar há umas semanas será assinado em breve e chama-se Orçamento do Estado.”