Falando em Celorico de Basto, no distrito de Braga, onde tem raízes familiares e chegou a ser presidente da assembleia municipal durante dois mandatos, o chefe do Estado deixou um apelo aos portugueses para que não deixem de exercer o seu direito de votar: “O apelo que eu faço, renovado, é que as pessoas percebam que vão ser quatro anos com estas dificuldades que virão lá de fora, quase inevitavelmente. Quatro anos em que o voto de hoje vai ter uma importância fundamental”.
Marcelo Rebelo de Sousa acentuou que se prevê, para a próxima legislatura, “anos que não vão ser fáceis”.
“Quando há uma guerra comercial e uma guerra financeira e até de moedas em curso, que pode agravar-se, entre potências mundiais, quando há a relação difícil e indefinida entre o Reino Unido e a União Europeia, quando há um novo ciclo da vida da União Europeia, com novos líderes, quando há efeitos na aplicação de tarifas ao comércio europeu para os Estados Unidos da América, isso pode levar a uma desaceleração da economia mundial, que chega a todos os países e que chega também a Portugal, como é natural”, afirmou.
Questionado sobre a abstenção que pode acontecer nestas eleições, disse desejar que ficasse “claramente abaixo das Europeias” e abaixo das legislativas de 2015.
“Embora nós saibamos que há um aumento no número de eleitores no estrangeiro, mais um milhão e umas centenas de milhares, isso, naturalmente, também pesa no cálculo final da abstenção. Mas, tirando isso, era bom sinal que as pessoas votassem, dizendo eu estou atento, eu quero intervir, eu estou preocupado com os próximos anos de Portugal”.
O Presidente da República lembrou, por outro lado, que o país viveu “uma campanha muito longa”, que “começou no ano passado, com a pré-campanha”.
“Foi, talvez, a pré-campanha mais longa da história democrática portuguesa. Mesmo o período imediatamente anterior à campanha foi muito intenso. Não me lembro de ter visto, agora ao olhar para o boletim de voto, um número tão elevado de hipóteses de escolha”, observou, concluindo: “As pessoas podem escolher de facto. Têm muitas hipóteses de escolha e devem tirar-se do seu comodismo, da sua indiferença, da sua apatia e ir votar”.
Dois milhões já tinham votado ao meio-dia
Pelas 12 horas, cerca de dois milhões de eleitores já tinham votado, o que representa 18,83% dos 10,8 milhões de eleitores inscritos, uma descida de 1,82 pontos percentuais face às anteriores legislativas.
De acordo com informação do Ministério da Administração Interna, às 12:00 de hoje a afluência média às urnas na eleição da Assembleia de República estima-se em 18,83%%, a que correspondem cerca de dois milhões de votantes.
Nas últimas eleições legislativas, realizadas em 04 de outubro de 2015, a afluência média às urnas à mesma hora estimava-se em 20,65%, o que correspondia a cerca de 1,9824 milhões de votantes.
Contactado pela agência Lusa, o porta-voz da CNE, João Tiago Machadp, afirmou que o processo eleitoral está a decorrer dentro da normalidade.
“Os pedidos de esclarecimento que têm havido enquadram-se dentro do normal de um dia pacífico de eleições”, afirmou João Tiago Machado.