O eurodeputado André Bradford morreu esta quinta-feira, em Ponta Delgada. Estava em coma induzido desde dia 8 de julho, depois de sofrer uma paragem cardiorespiratória, e não resistiu às complicações desse episódio. Tinha 48 anos.
Bradford tinha acabado de tomar posse, pela primeira vez, como eurodeputado. Esteve em Estrasburgo nos primeiros dias de julho, participou na eleição do novo presidente do Parlamento Europeu e tinha regressado brevemente aos Açores no final dessa semana inaugural. Estava em Ponta Delgada, na madrugada de 8 de julho, quando deu sinais de mal-estar. Foi internado e ficou em coma induzido.
Esta quinta-feira, depois de dez dias sempre em coma e sob vigilância médica apertada, fonte do PS confirmou à VISÃO a informação avançada pela agência Lusa: André Bradford morreu.
Tinha sido eleito como quinto elemento nas listas do PS para o Parlamento Europeu e coube ao açoriano assumir as pastas da Agricultura e Desenvolvimento Rural, além de acompanhar a área das Pescas. Licenciado em Comunicação Social, tornou-se assessor de imprensa da secretaria regional do Ambiente do Governo dos Açores, antes de se tornar assessor político e secretário regional.
Recentemente, desempenhava as funções de deputado à Assembleia Regional dos Açores, tendo chegado a líder do grupo parlamentar socialista na região autónoma. Foi nessas funções que recebeu o convite para integrar a lista do PS às europeias.
Tinha 48 anos e era pai de quatro filhos menores.
“Profunda consternação” de Marcelo, “dor” e “solidariedade” no PS
Na reação à notícia da morte do eurodeputado, uma nota publicada no site da Presidência da República lê-se que “é com profunda consternação e emoção que o Presidente da República toma conhecimento da morte tristemente prematura do deputado do Parlamento Europeu André Bradford”. Marcelo envia à mulher de Bradford e à família “as mais sentidas condolências”.
Depois das responsabilidades regionais, e já como eurodeputado, o açoriano “teria certamente muito ainda para dar à sua família, amigos, à democracia e ao nosso País” e, por isso, “o Presidente da República lamenta profundamente, em nome de Portugal, o seu desaparecimento extemporâneo.
Carlos Zorrinho, chefe da delegação do PS em Bruxelas, partilhou uma nota em que “manifesta a mais profunda dor e solidariedade”. Em nome do grupo de eurodeputados portugueses, Zorrinho presta “a mais honrada das homenagens ao homem, ao político e deputado europeu que sempre pugnou pelos valores socialistas a nível regional, nacional e internacional”.
Pedro Marques, primeiro nome das listas que Bradford integrou em maio, deixou uma mensagem na sua conta de Facebook. “Sobram-me apenas palavras de solidariedade para a família, os amigos e para todos os que, como eu, muito gostavam e respeitavam o André Bradford.”
Houve também reações de outras famílias políticias. Paulo Rangel mostrou-se “fortemente abalado” pela morte de Bradford. “Transmito à família sentidos pêsames e uma palavra de conforto. A delegação do PSD no Parlamento Europeu oferece toda a solidariedade aos colegas da delegação do PS e ao PS-Açores e PS nacional”, acrescentou o social-democrata.
Também Marisa Matias (Bloco de Esquerda) recorreu às redes sociais para reagir à “triste notícia” que chegou dos Açores. “Não tivemos, infelizmente, muito tempo para conhecer o André Bradford”, diz a eurodeputada, em seu nome e em nome do colega de partido e segundo eurodeputado do Bloco, José Gusmão. “Fica-nos a imagem de um homem inteligente, dedicado, afável e comprometido. A equipa do BE expressa as mais sinceras condolências à sua família, amigos e ao PS”, escreveu Marisa Matias.