É o derradeiro esforço de André Ventura para conseguir apresentar-se às eleições europeias. Este sábado, às 16h, o líder do movimento Chega vai ser ouvido numa reunião extraordinária do Conselho Nacional do Partido Popular Monárquico (PPM), com o intuito de convencer os membros daquele órgão de que “não têm motivos para recear racismos, extremismos ou populismos” numa candidatura de coligação que ele próprio venha a encabeçar.
A reunião dos conselheiros monárquicos surge na sequência de uma outra em que a coligação entre PPM-Portugal Pró-Vida/Cidadania e Democracia Cristã (PPV/CDC) e Chega, que teve lugar na quarta-feira, tinha sido validada, mas o nome de Ventura para cabeça-de-lista acabou por ser vetado, uma vez que, alegaram os elementos daquele órgão, não perfilhava os ideais do partido.
A sessão, convocada a requerimento do presidente da Comissão da Política Nacional, Gonçalo da Câmara Pereira, servirá também Manuel Matias, líder do PPV/CDC, força que não abdicou de apoiar Ventura na corrida ao Parlamento Europeu, agendada para 26 de maio. Além disso, segundo a convocatória a que a VISÃO teve acesso, “voltará a ser apreciada a proposta de coligação” entre PPM e PPV/CDC (ambos partidos já constituídos) e os movimentos Chega e Democracia 21 (D21).
Em declarações à VISÃO, Ventura pede aos militantes monárquicos que confiem que “não existem laivos de racismo ou populismo” nas suas propostas políticas e assegura que não encara “os parceiros” PPM e PPV como “barrigas de aluguer” para o sufrágio. “Estamos juntos desde o início, tal como com o D21. Se os considerássemos barrigas de aluguer, só os tínhamos procurado agora [que o Tribunal Constitucional detetou irregularidades nas assinaturas recolhidas pelo Chega, praticamente inviabilizando uma candidatura autónoma]”, enfatiza o ex-vereador na Câmara Municipal de Loures, então com as cores do PSD.
Caso não haja entendimento e não possa avançar com uma coligação designada Chega, Ventura deixa desde já uma garantia: “Sendo só PPV, não serei candidato. Tem de ser Chega.”
Na semana passada, recorde-se, foi noticiado que foram “invalidadas várias assinaturas” entregues pelo Chega no Palácio Ratton devido à presença de menores e de membros das forças policiais entre os subscritores da iniciativa.