O líder da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D) que integra, na sua maioria membros do Partido Socialista Europeu deve estar de partida para se sentar no hemiciclo do senado Italiano. Gianni Pitella, de 59 anos, anunciou, no final de janeiro, que iria concorrer às eleições italianas, que se realizam a 4 de março, a convite do primeiro-ministro Mateo Renzi. Pitella deixou bem claro que, caso perdesse o sufrágio, voltaria para o seu lugar em Bruxelas.
O coro de críticas não tardou, com vários eurodeputados a apontar o dedo ao oportunismo de Pitella que apenas que ir para o senado para ganhar dinheiro. Não é que em Bruxelas o ordenado seja baixo, mas os deputados italianos são dos mais bem pagos de todos.
“Não vamos falar de tretas: um capitão não abandona o seu barco a meio do caminho, nunca”, disse um membro do S&D ao site Politico.
Para outros, o italiano não parece fazer muita falta. “Não me choca que as pessoas comprometidas politicamente queiram servir o seu país”, referiu Philippe Lamberts, co-presidente do grupo Os Verdes, ao site Politico. “Mas Pitella não mostrou grandes capacidades para obter resultados e colocar os socialistas não centro do jogo”, acrescentou.
Com as eleições italiana a terem lugar a 4 de março, e a quase certa eleição de Pitella para o senado, abre-se o lugar de presidente do S&D – para já, e de forma interina, é o alemão Undo Bullmann que comanda as hostes. E a batalha para a sucessão já começou.
Há quem diga que vai apostar em Bullmann, mas a opção pela escolha de uma mulher é tida como alternativa séria. E isto porque, dizem, “há demasiados alemães em cargos de topo” no Parlamento Europeu: além do secretário-geral Klaus Welle e do seu adjunto Markus Winkler, há mais três alemães que lideram grupos políticos.
Apesar disso, Undo Ballmann e a vice-presidente do S&D, a espanhola do PSOE Elena Valenciano, são opções dadas como quase certas, embora não o tenham dito publicamente, de forma privada já o admitiram.
Mas outra escolha que está em cima da mesa é a eurodeputada portuguesa Maria João Rodrigues. A ex-ministra do Governo de António Guterres conhece bem os cantos à casa: além de ser eurodeputada desde 2014, antes trabalho como conselheira de política económica de vários Comissários europeus.
As duas mulheres já afirmaram ser “cedo de mais” para tomar qualquer decisão, já que só depois de 4 de março é que se saberá se o grupo precisa de um novo líder.
O cargo de liderança de uma “família” partidária europeia dá direito, por inerência, a ser vice-presidente do Parlamento Europeu. Um lugar bem posicionado para, depois, saltar para a própria presidência.