Rui Moreira e Manuel Pizarro começaram por ser dois em um. Agora é cada um por si. Mas talvez sejam obrigados a entenderem-se, de novo, apesar de nenhum querer dar o braço a torcer. Rui Moreira, que se advoga independente, corre para o segundo mandato. Se antes tinha uma fação do PSD anti-Luis Filipe Menezes a apoiá-lo, como Rui Rio, desta vez repete apenas o apoio do CDS. Rui Rio apoia o candidato oficial do PSD, Álvaro Almeida, professor e economista que andou pelo FMI e que acusa Moreira de traição. Moreira não responde a este “senhor”.
Pizarro, o candidato socialista que viu quebrar-se a parelha dos últimos quatro anos com Moreira após umas declarações “inoportunas” da secretária geral do PS, cresce na ânsia de um segundo lugar confortável a roçar o empate ou mesmo uma vitória sobre Moreira – não esquecer que o Porto é lugar de surpresas eleitorais. Se este último cenário acontecer, Moreira retira-se. Ou não? Ao contrário, Pizarro ficará, mesmo que perca para Moreira.
Depois, é mexer as pedras de xadrez. Ilda Figueiredo, uma “dinossaura” da CDU corre em pista própria para segurar a sua base eleitoral. João Teixeira Lopes, do BE, sem perspetiva de ser eleito como vereador, tem o dom de provocar Moreira… e Ilda. Ambos se disputam para não deixar cair o caso Selminho, a pedra no sapato da corrida de Rui Moreira.