Dizer que o BE e o PCP discordam da promoção de Nuno Barbieri é pouco. “É uma situação injusta e grave”, reage o bloquista João Vasconcelos. Para o deputado da Comissão de Defesa Nacional, “o absurdo e inaceitável da lei é que acabou por beneficiar bombistas”, enquanto “os mesmos critérios não foram aplicados a elementos que contribuíram para a queda do fascismo ou lutaram pela afirmação da democracia”. Nesse sentido, “o BE reprova publicamente a reintegração de uma pessoa que combateu a revolução de Abril e a democratização do País”, desafiando: “Seria de interesse público que este e outros casos fossem conhecidos a fundo.” João Vasconcelos reforça “a exigência” de que o caso do capitão piloto-aviador Artur Gomes seja resolvido, anunciado que o BE voltará a apresentar uma proposta nesse sentido no Parlamento.
Para António Filipe, do PCP, “o caso do Barbieri é o contrário do que a lei previa, mas houve outros do género”, adianta. “É emblemático pela negativa e foi uma decisão infeliz da comissão”, assume. O parlamentar desafia o Ministério da Defesa “a fazer um levantamento exaustivo das situações injustas e que não tiveram acolhimento, estabelecendo um período suplementar transitório para que essas pessoas possam ser reintegradas”. Segundo o deputado da Comissão de Defesa Nacional, justificava- -se que o Governo reabilitasse esse processo, “que teve muitas anomalias. Sempre houve um grande mal-estar nos meios militares relativamente à forma como as comissões funcionaram”, garantiu.