O Kremlin declarou o seu ex-funcionário Oleg Smolenkov– que se terá alegadamente tornado espião para os EUA – como oficialmente desaparecido, relata a agência de notícias RIA. De acordo com o órgão de informação, a base de dados do ministério do interior russo demonstra já terem sido efetuadas buscas ao seu paradeiro.
De acordo com jornal russo Kommersant, Smolenkov terá desaparecido enquanto se encontrava de férias em Montenegro, nos Balcãs, juntamente com a mulher Antonina e os seus três filhos.
Fontes de informação americanas, confirmadas pela Reuters, dizem que um agente da CIA a atuar desde o Kremlin foi extraído e trazido para os EUA em 2017. Mais, retratam o informante como uma fonte de alta fidelidade. O Kremlin confirmou que Smolenkov trabalhou na administração presidencial da Rússia, embora não desempenhasse um cargo alto, e que foi despedido entre 2016 e 2017.
A Rússia pediu aos EUA, via Interpol, clarificações acerca do paradeiro do ex-funcionário governamental após ter sido descoberta uma casa em Stafford, na Virgínia, em nome de alguém com o mesmo apelido. O local onde a casa se encontra é habitado por vários ex-militares americanos e ex-funcionários do FBI, relata a RIA.
De acordo com a agência de notícias Interfax, a Rússia terá despedido os oficiais que deixaram Smolenkov fugir do país por Montenegro. O alegado espião terá violado uma diretriz imposta por Vladimir Putin que proibia as viagens a Montenegro por parte de funcionários da administração presidencial, imposta em 2017 após os Balcãs terem acusado Moscovo de uma tentativa de golpe de estado.
Maria Zakharova, porta-voz do ministério dos negócios estrangeiros russo, disse à Interfax que a atenção que o caso está a receber dos media americanos se trata de um caso de “propaganda clássica”, com o intuito de “fomentar sentimentos russofóbicos nos EUA, causando deliberadamente danos nas relações entre os dois países” e, deste modo, influenciar o processo eleitoral americano.