Um príncipe em apuros e as suas loucuras no deserto
Arábia Saudita
Uma cidade futurista onde haja mais robôs do que pessoas e que constitua um “salto civilizacional para a Humanidade”. Eis a forma como o príncipe Mohammed bin Salman apresentou, em abril de 2016, a nova metrópole a erguer no deserto, no Nordeste do país, junto ao Mar Vermelho. Neom vai custar 22 mil milhões de euros, ocupar uma área equivalente ao Alentejo e é, apenas, uma das excentricidades urbanísticas e tecnológicas incluídas no projeto Saudi Vision 2030 – com o propósito de o reino diminuir a sua dependência do petróleo e atrair mais investimento estrangeiro. O Caso Khashoggi ameaça agora comprometer tudo. Será que a Torre de Jeddah, com mil metros de altura, a mais alta do mundo, vai estar pronta em 2020?
O senhor das alturas
Índia
Chamar-se Estátua da União e, com os seus 182 metros, é a mais alta do mundo. Construída em memória do Homem de Ferro da Índia, Vallabhbhai Patel (1875-1950), antigo vice-primeiro-ministro do país, foi inaugurada no final de outubro inaugurada pelo atual chefe do Governo, Narendra Modi. Trata-se de uma obra que os nacionalistas hindus tentam promover como uma alternativa ao Taj Mahal, o famoso templo do século XVII – erguido por um imperador mongol e muçulmano –, que é Património Mundial da UNESCO.
A selva presidencial
Guiné Equatorial
O país africano que é governado pela família Obiang, há quase quatro décadas, vai ter uma nova capital, Oyala – também conhecida como Djibloho e “Cidade da Paz”. Alguns ministérios e serviços públicos já saíram em 2017 de Malabo rumo à nova cidade planeada por uma empresa portuguesa, a IPF. Porém, o palácio presidencial, que poderá tornar-se um dos maiores edifícios do continente, parece estar atrasado – talvez devido às exigências e excentricidades do chefe de Estado e respetivo filho, Teodorín, o vice-presidente.
Istambul e o seu novo tapete voador
Turquia
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, aproveitou o Caso Khashoggi para pôr em xeque a Arábia Saudita e apresentar-se como um paladino da verdade e dos direitos humanos. No dia 29 de outubro, o país celebrou o 95º aniversário da proclamação da República, e ele teve nova oportunidade para apresentar os seus planos neo-otomanos: a inauguração do novo aeroporto de Istambul, onde se gastaram quase 10 mil milhões de euros e cujo terminal é o maior do mundo – do tamanho de 265 campos de futebol. Até 2025, Erdogan quer gastar mais 325 mil milhões em infraestruturas, incluindo um canal de 50 km a ligar os mares Negro e da Marmára.