Koeberle Bull vive em Nova Jersey, EUA, tem três filhos de origem africana e recebeu, na última quinta-feira, várias mensagens ameaçadoras de um jovem de 21 anos no Facebook, que afirmou não conhecer.
Na foto de perfil, Dylan Jarrell – que vive, alegadamente, em Kentucky, um outro Estado dos EUA – estava a segurar uma arma e foi precisamente isso que fez com que Koeberle Bull o denunciasse às autoridades, depois das ameaças de morte às crianças. “Espero que os teus filhos negros sejam enforcados por tu seres tão estúpida” e “eles têm os mesmos direitos que nós [brancos], hoje em dia, por isso espero que tu e as tuas crianças macacas morram” foram algumas das ameaças feitas por Dylan Jarrell.
Nesse mesmo dia, Koeberle Bull publicou na rede social todas as mensagens que recebeu. “Para quem pensa que o racismo não existe, era isto que eu tinha na caixa de mensagens esta manhã”, escreveu, ao lado de um pedido de partilha.
Koeberle Bull denunciou o caso à polícia do Kentucky, que iniciou uma investigação e, de acordo com a CNN, Dylan Jarrel foi encontrado a sair da garagem de sua casa com uma arma de fogo, um conjunto de mais de 200 munições, um colete à prova de bala e um plano onde detalhava como ia atacar as escolas locais.
Rick Sanders, comissário da polícia, afirmou, em declarações à CNN, que Dylan Jarrell “tencionava, de facto, ir às escolas e causar estragos” e que tinha as ferramentas e vontade necessárias para o fazer.
A polícia disse, também, ter tido acesso a todos os dispositivos eletrónicos do jovem e ter encontrado, no histórico da internet, pesquisas sobre como realizar um tiroteio nas escolas.
O jovem foi detido e está a ser acusado de ameaça terrorista e por intimidação e ameaça a outra pessoa, mas a primeira audiência está apenas marcada para o próximo dia 1 de novembro. A sua advogada oficiosa, Amy Robertson, recusou-se a comentar caso. “Esses casos são muito complexos e muitas vezes têm muitos lados. Não é incomum que demore muito até todos os factos serem divulgados”, afirmou.
Depois da denúncia, algumas escolas locais foram encerradas por prevenção durante esse dia. Ao mesmo tempo, Koeberle Bull recebeu várias mensagens de agradecimento. “As pessoas chamam-me heroína e anjo da guarda, mas eu estava apenas a ser uma mãe que queria proteger os seus filhos”, referiu.