Os seis menores e sete maiores de idade já tiveram alta do centro médico Corona Regional, na Califórnia onde passaram os últimos dois meses a recuperar do cativeiro a que foram submetidos pelos pais e que só terminou no passado mês de janeiro quando uma das vítimas, uma rapariga de 17 anos, conseguiu fugir da habitação situada em Perris, a duas horas de Los Angeles.
“Houve algumas lágrimas, tanto do staff como das crianças Turpin”, diz, em comunicado, Mark Uffe, diretor da instituição. “Temos esperança que agora possam aprender várias coisas da vida, desde fazer compras a cozinhar”, acrescenta o responsável, sublinhando que apesar de tudo a que foram alegadamente submetidos (os pais estão acusados de tortura), os irmãos Turpin “ainda têm a capacidade de amar e confiar nas pessoas que lhes fazem bem”.
Os menores foram distribuídos por duas casas em Riverside County, uma vez que as autoridades não conseguiram encontrar uma família que recebesse os seis mais novos. Os sete maiores de idade encontram-se noutra casa.
“As crianças falam todas regularmente via Skype. Estão todas felizes por estar noutro sítio”, disse à CNN uma fonte próxima da investigação do caso que chocou os EUA.
Os irmãos, com idades entre os dois e os 29 anos, foram encontrados sujos e esfomeados, a 14 de janeiro.
A adolescente que fugiu estava “um pouco magra” e parecia ter dez anos, de acordo com o comunicado da polícia. A jovem “afirmou que os 12 irmãos e irmãs tinham sido presos no interior da residência pelos pais, e precisou que alguns deles estavam acorrentados”.
Inicialmente, a polícia pensou que as 12 pessoas encontradas “subnutridas e muito sujas” eram todos menores de idade, mas percebeu que sete eram já adultos.
Os pais, David e Louise Turpin, de 57 e 49 anos, respetivamente, estão a aguardar na prisão o dia da próxima sessão do julgamento, marcada para 23 de março, acusados de mais de 40 crimes, incluindo tortura e abuso de menores. O casal arrisca-se a uma pena de prisão perpétua.