O antigo presidente da Comissão Europeia acusa a instituição que liderou durante dez anos de “discriminação” e “inconsistência” por lhe ter pedido explicações sobre a sua relação contratual com o banco de investimento Goldman Sachs.
“Tem-se dito que o mero facto de trabalhar para a Goldman Sachs colocam questões de integridade”, escreve Barroso, atual administrador não-executivo na Goldman Sachs Internacional, na carta à qual o Finantial Times teve acesso.
“Ainda que aceite que qualquer pessoa tem direito a formular uma opinião, as regras são claras e devem ser respeitadas. Estas alegações são rudimentares e completamente infundadas. São discriminatórias para comigo e a Goldman Sachs”, acrescenta Barroso.
“Ainda que, por princípio, não tenha qualquer tipo de objeção à constituição de uma comissão de ética, não posso aceitar que já tenha sido feito um juízo sobre a minha atual situação profissional. Se assim for, gostaria de perceber como é que chegaram a esse juízo, por quem e a que níveis”, escreve ainda o antigo primeiro-ministro português para logo acrescentar: “Para além de discriminatórias estas iniciativas parecem ser inconsistentes em relação a decisões anteriores, relativas a antigos membros da comissão.”
No fim de semana, o atual presidente da Comissão Europeia disse que tinha decidido submeter a uma comissão de ética a contratação de Durão Barroso pelo Goldman Sachs.