Depois das Gira, eis que chega a Lisboa o novo serviço de partilha de bicicletas, as Jump. Ao contrário das primeiras, estas não necessitam de ser arrumadas em docas após a sua utilização. Ou seja, os clientes podem deixá-las em qualquer lugar das ruas da capital, tal como acontece atualmente com as trotinetes que proliferam pela cidade.
Para usar as Jump, é necessário ter a aplicação da Uber. Depois de aberta, a app dará como hipótese de seleção Viajar – para o serviço de motorista – ou Pedalar, para usar as bicicletas. Os preços, de 15 cêntimos por minuto, funcionam sem taxa de ativação.
Lisboa será a primeira capital europeia a receber este novo serviço da Uber – em Berlim funciona apenas um projeto-piloto. Numa fase inicial serão colocadas 750 bicicletas na capital. Miguel Gaspar, vereador da Câmara de Lisboa com o pelouro da Mobilidade, diz que este lançamento é mais um passo “para melhorar o ambiente urbano e a sustentabilidade futura.” Na cerimónia de lançamento, que decorreu esta quinta-feira, 28 de fevereiro, em Lisboa, o vereador refere que “há mais de 13 mil viagens de bicicletas e trotinetas por dia” na cidade.
O autarca revelou ainda que a Câmara quer ampliar a rede de ciclovias até ao final do mandato, dos atuais 80 quilómetros para 200 quilómetros e mais do que duplicar os estacionamentos de bicicletas e trotinetes, de 3 000 para 7 000. O fundador da Jump, Ryan Rzepecki, que também esteve na cerimónia, mostrou-se entusiasmado com o primeiro lançamento na Europa, que será o grande mercado de expansão para este serviço, que já está presente em 17 cidades dos EUA, entre as quais Nova Iorque, Washington, Los Angeles e Chicago. Nas outras cidades, a Jump opera com bicicletas e com trotinetas, mas, em Lisboa, disponibilizará apenas o serviço de bike-sharing. Pelo menos por agora.
A Uber comprou a Jump no início do ano passado por cerca de 200 milhões de euros. Com este negócio, a empresa pretende ter um leque de oferta o mais alargado possível em serviços de mobilidade.
Após o negócio com a Uber, Ryan Rzepecki, tinha defendido que “nos últimos dois anos, a indústria de partilha de bicicletas mudou de um negócio lento dependente de contratos com os governos locais, para uma das mais bem capitalizadas e competitivas tecnologias de consumo em todo o mundo”. Esta transformação começou na China, onde em apenas dois anos, as bicicletas partilhadas passaram de 5,5% para 11,6% das deslocações das pessoas nas grandes cidades, o que, em cidades como Shenzen, por exemplo, provocou uma redução de 10% no tráfego automóvel.