Com o acesso fácil ao conhecimento e o hábito de emitir opinião, já não é possível gerir uma empresa sem dar voz aos trabalhadores e garantir que as boas ideias fluem em toda a organização e são adotadas. “Hoje não há escolha: estás capacitado para seres o que quiseres como nunca antes aconteceu. Tens acesso ao conhecimento e podes opinar. Como é que alguém pode pensar em ir trabalhar para uma empresa onde isso não acontece?,” questiona Sean Rad. “É mais importante do que nunca,” acrescenta o CEO da aplicação de encontros Tinder.
Rad, que esta quarta-feira esteve na Web Summit em Lisboa a debater o estado da indústria tecnológica com o antigo CEO do Twitter, Dick Costolo, defendeu ainda que a possibilidade de os colaboradores exporem a sua opinião a todos na organização, incluindo ao CEO, é intrínseca à definição de uma cultura de service provider. “A ideia passa para engenharia, para o marketing, e pode ser implementada num processo fluido para garantir que todas as vozes são ouvidas,” acrescentou.
Com as grandes redes sociais a braços com problemas relacionados com a disseminação de informações falsas ou questões de violação de privacidade ou difusão de discursos de ódio, Costolo defendeu a necessidade de uma comunicação transparente com a comunidade. E elogiou a postura do seu sucessor, Jack Dorsey, à frente do Twitter, que se tem mostrado disposto a corrigir o funcionamento da plataforma na identificação de perfis ou informações falsos e no combate a discursos que apelem à violência:
“Publicamente está a tentar encontrar o caminho e fazer o que está certo. Jack Dorsey (…) está a assumir a responsabilidade pelo que a empresa está a construir, está a fazê-lo bem. Assumir publicamente [os erros] é a forma certa de o fazer, não atrás de portas fechadas,” considerou.
“É importante garantir que as organizações representam todos os valores importantes para os utilizadores. (…) Sempre defendi que, para construir um produto, tínhamos de ganhar empatia com a comunidade,” corroborou Sean Rad.
Conselhos para quem está a começar
É sempre difícil e é preciso insistir e aprender com os erros – as estratégias de Costelo e Rad para os empreendedores que estão a dar os primeiros passos:
Dick Costolo
“É sempre difícil, tenha a organização 100, 150 ou 400 colaboradores. É sempre difícil.”
“Temos de olhar sempre em frente, para o próximo dia, para o outro e nunca olhar para trás.”
“Devemos lembrar-nos que é sempre difícil. Mas que, se fazes o que gostas, vai ser mais fácil”
Sean Rad
“Vai haver sempre obstáculos, na vida ou nos negócios. Não há pessoas nem organizações perfeitas.”
“É a forma como reages que vai definir a empresa. Podes escolher ficar zangado e sentado ou encarar como uma oportunidade e aprender.”
“Aprender com os erros. Lembrarmo-nos que um obstáculo não é mau, há algo bom que pode sair dali.”