Os investigadores responsáveis pela descoberta chamaram-lhe VIH-1 Grupo M subtipo L e há muito que se suspeitava da sua existência, agora provada graças à recolha, ao longo dos últimos 30 anos, de amostras de sangue na República Democrática do Congo.
Foram os resultados do estudo de duas amostras, uma recolhida em 1983 e outra em 1990, que deram o alerta, mas era preciso um terceiro conjunto para confirmar esta nova estirpe. Uma tentativa de o conseguir, em 2001, revelou-se insuficiente.
Os avanços tecnológicos dos últimos anos permitem agora aos investigadores conseguir o genoma completo a partir de amostras mais pequenas e, graças a isso, esta equipa pode provar que essa amostra de 2001 era, efetivamente, correspondente a uma nova estirpe.
“Identificar novos vírus como este é como procurar uma agulha num palheiro”, afirma, em comunicado, Mary Rodgers, diretora do Programa Global de Vigilância Viral dos Laboratórios Abbott, acrescentando que as novas técnicas e tecnologias permitiram chegar a essa agulha “com um íman”.
Sobre a importância da descoberta, a investigadora sublinha que as estirpes novas podem iludir os testes de deteção, ser resistentes aos tratamentos atuais e representar mais um obstáculo no caminho rumo a uma vacina, pelo que confirmar a sua existência é “crucial”.
“Esta descoberta lembra-nos que para acabar com a pandemia do VIH temos de continuar a superar este vírus em constante mudança e usar os últimos avanços tecnológicos e recursos para monitorizar a sua evolução”, junta Carole McArthur, da Universidade do Missouri, co-autora do estudo, publicado no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome.
Estima-se que 75 milhões de pessoas em todo o mundo tenham sido, até agora, infetadas com o VIH, e que 32 milhões tenham morrido.